Confrontado por cinco semanas de greve, o Governo francês prometeu fazer, neste sábado, 11 propostas concretas aos sindicatos, para tentar encontrar um acordo no financiamento do Sistema Previdenciário, à medida que um novo dia de mobilização se aproxima. Nesta sexta-feira, 10, o Governo revelou mais detalhes de seu Plano de Reforma, que inclui o estabelecimento muito criticado de uma idade mínima de 64 anos para a aposentadoria.
O Primeiro-Ministro (PM), Édouard Philippe, recebeu, sexta-feira, organizações sindicais e patronais para discutir o equilíbrio do Sistema. Essa foi a resposta do Executivo à ideia de uma “Conferência de Financiamento” sugerida pela CFDT, primeira Central Sindical da França, favorável ao princípio de um esquema de pontos “universal” desejado pelo Governo, que visa fundir os 42 regimes actualmente existentes.
No entanto, a CFDT é contrária à idade mínima que o Governo deseja fixar em 64 anos, com uma penalidade de bónus, a fim de incentivar os franceses a trabalharem além da idade legal para a aposentadoria, hoje estabelecida em 62 anos.
Esta idade mínima, rejeitada por unanimidade pelos sindicatos, é mencionada, pelo menos, 39 vezes, no Projecto de Lei, enviado na noite de quinta-feira, aos parceiros sociais, e que será apresentado ao Conselho de Ministros em 24 de Janeiro.
Essa idade mínima será estabelecida a partir de 2022, a menos que aconteça uma “deliberação” diferente, antes de Setembro de 2021, entre os parceiros sociais presentes no futuro Fundo Nacional de Pensão Universal, que será criado a 1 de Dezembro de 2020.
O sindicatos conseguiram reunir 452 mil manifestantes (em toda a França), quinta-feira, 9, de acordo com o Ministério do Interior, incluindo 56 mil em Paris (a Capital). Uma mobilização superior à de 10 de Dezembro, mas abaixo da de 17 de Dezembro e, especialmente, daquela de 5 de Dezembro, primeiro dia do Movimento.
Na expectativa de “manifestações massivas” neste sábado, o Inter-Sindical convocou, na noite de quinta-feira, a continuação do Movimento na terça-feira, 14, com um “Dia de Greve e Convergência Inter-Profissional” e quarta, 15, e quinta-feira,16, com “iniciativas de todas as formas”.
Com: RFI