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Irão reconhece finalmente que derrubou avião ucraniano “por engano”

O Estado-Maior das Forças Armadas iranianas admitiu, finalmente, neste sábado, 11, que o Boeing 737 da Ukrainian Airlines foi abatido por um míssil por engano. Segundo Teerão, a catástrofe foi provocada por um “erro humano”, mas sua origem foi o “aventureirismo” dos Estados Unidos da América (EUA). O Irão pediu desculpas pelo incidente. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu a punição dos culpados e indemnizações iranianas pela tragédia.

A tragédia matou todas as 176 pessoas, que estavam a bordo. A maioria das vítimas era iraniano-canadense, mas também havia britânicos, suecos e ucranianos no avião.

O Boeing teria sido identificado como “avião hostil”, poucas horas depois do ataque iraniano contra duas bases americanas no Iraque, na última quarta-feira, 8, em represália à morte do general Soleimani. O avião foi “atingido” no momento em que a ameaça inimiga se encontrava “no mias alto nível”, revelou um Comunicado divulgado pela Agência Oficial de Notícias Irna.

O Presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou que seu País “lamenta profundamente” o incidente, que chamou de “grande tragédia” e “erro imperdoável”.

O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, apresentou as desculpas do Irão pela catástrofe. “É um dia triste”, escreveu Zarif no “Twitter”, citando um “erro humano em tempos de crise, causada pelo aventureirismo dos americanos. Nosso profundo arrependimento, desculpas e condolências ao nosso povo, às famílias de todas as vítimas e às outras nações afectadas”.

O Estado-Maior iraniano garantiu à população que o “responsável” pela tragédia será levado, “imediatamente”, à Corte Marcial e que o facto não se repetirá. “Garantimos que, com as reformas fundamentais nos processos operacionais das Forças Armadas, tornaremos impossível a repetição de erro semelhante”.

O vôo PS752 da Companhia Ukrainian Airlines International (UAI) caiu dois minutos depois de descolar do Aeroporto de Teerão, rumo a Kiev. EUA, Canadá, Reino Unido e Holanda já haviam antecipado que a queda era resultado de um míssil iraniano, e vídeos neste sentido foram publicados nas redes sociais.

Numa mensagem no “Facebook”, neste sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esperar que o Irão “julgue os culpados, pague indemnizações e devolva os corpos das vítimas”. Zelensky escreveu, ainda, que que os 45 especialistas ucranianos devem ter acesso total a investigação, que deve ser conduzida rapidamente.

Os incidentes envolvendo mísseis e aviões comerciais sobre áreas de conflito não são raros. Em 17 de Julho de 2014, o vôo MH17 da Malaysia Airlines, que seguia de Amsterdão (na Holanda), para Kuala Lumpur, foi abatido quando sobrevoava o Leste da Ucrânia, controlado por rebeldes.

A catástrofe matou as 298 pessoas a bordo do Boeing 777, entre elas, 193 holandeses. As autoridades de Kiev e os rebeldes separatistas pró-Rússia se acusaram mutuamente do disparo do míssil que derrubou o aparelho.

Em Julho de 1988, um Airbus A-300 da Iran Air, que voava de Bandar Abbas (no Irão), para Dubai (nos Emirados Árabes Unidos), foi derrubado nas águas territoriais do Irão, no Golfo Pérsico, por mísseis disparados de uma fragata norte-americana que patrulhava o Estreito de Ormuz. As 290 pessoas a bordo morreram e os EUA pagaram ao Irão 101,8 milhões de dólares, em indemnização.

 

Com: RFI 

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