A decisão no sentido de se avançar com a moeda única da CEDEAO foi reafirmada em Junho passado, em Abidjan, Costa do Marfim, na reunião dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais dos 15 países membros dessa comunidade.
Pensada há 30 anos, o ECO vai substituir o franco CFA e outras sete moedas nacionais dos países-membros da CEDEAO, uma multiplicidade que dificulta as trocas comerciais.
Nessa reunião, conforme o presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Brou, os governantes pediram para acelerar este projecto de alcançar em 2020 a moeda única. “Este é um “projecto lançado pelos pais fundadores da CEDEAO” e que tem “o objectivo final da integração”.
A nova moeda da CEDEAO que ditará o fim do Franco CFA é objecto de uma controvérsia recorrente entre os seus defensores, que enfatizam a sua estabilidade, e os seus detractores, que dizem que é uma moeda “neocolonialista”.
Fundada em 1975, a CEDEAO conta hoje com 15 países – incluindo Cabo Verde – , com uma população total de 300 milhões, dos quais 180 são da Nigéria.
Em declarações à France Presse, um especialista financeiro da África Ocidental disse que uma moeda única não é alcançável a curto prazo, mas considera que o estabelecimento de uma “moeda comum para empresas e instituições é concebível”, se for seguido o modelo da ‘ecu’, a unidade de conta europeia que precedeu o euro.
“Nós não fazemos uma moeda única com base na vizinhança simples, precisamos de uma convergência mínima de economias, mesmo uma complementaridade, que não existe hoje”, salientou.
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(Publicado no A NAÇÃO impresso, nº643, de 26 de Dezembro de 2019)