A Convenção do MpD agendada para o dia 6 de Março de 2020 não será assim tão pacífica, como seria de esperar num partido no governo e num quadro de disputa a “solo”, por Ulisses Correia e Silva. Um grupo de militantes pretende apresentar uma proposta no sentido de se reduzir o número de vice-presidentes do partido.
Os alvos são Olavo Correia e Luís Filipe Tavares. Conforme a nossa fonte, os “veiguistas” estão agastados com o excesso de protagonismo de Olavo Correia, que, de certa forma, vem ofuscando o líder do partido, Ulisses Correia e Silva.
Em relação a Luís Filipe Tavares o problema é completamente oposto. O ministro dos Negócios Estrangeiros é acusado de estar de costas voltadas para o partido e permanentemente no exterior, quase não parando em Cabo Verde. Quem também deve apanhar por tabela é o secretário geral do MpD, Miguel Monteiro, que é tido como muito próximo de Olavo Correia.
Outro argumento para pedir a saída de Olavo Correia e Luís Filipe Tavares dos cargos de vice-presidente do MpD tem a ver com a aplicação da lei da paridade. Por isso, defendem a manutenção de Fernando Elísio Freire e Janine Lélis nos respectivos cargos.
Contudo, uma eventual redução do número de vice-presidentes depende exclusivamente do líder do partido que pode nomear os vice-presidentes que bem entender.
O mesmo acontece com o secretário geral que é de livre escolha do presidente do MpD. Neste caso, a lei da paridade não se aplica, porquanto são cargos por escolha e não por eleição.
A XII convenção do MpD decorrerá entre os dias 6 e 7 de Março, na cidade da Praia, e a eleição do presidente do partido e dos delegados para essa conclave está marcada para o dia 9 de Fevereiro.
Ulisses Correia e Silva, que cumpre o segundo mandato como líder do MpD, concorre à sua própria sucessão nas directas do próximo mês de Fevereiro. É expectável que seja uma candidatura única, tendo em conta que ainda não houve qualquer manifestação de interesse de algum militante em ir a votos.
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(Publicado no A NAÇÃO impresso, nº 642, de 19 de Dezembro de 2019)
Convenção de Março do próximo ano promete agitar ventoinhas
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