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Sanções dos EUA a gasoduto russo à Alemanha acirra ânimos com UE

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, assinou, nesta sexta-feira, sanções contra as companhias envolvidas na construção de um Gasoduto que liga a Rússia à Alemanha, numa medida que acirra os ânimos entre Washington e a União Europeia (UE).
O Bloco Europeu criticou as sanções, que integram um amplo Projecto de Lei de gastos de Defesa norte-americanos para o Ano Fiscal de 2020.
São visadas as companhias que constrõem o Gasoduto “Nord Stream 2”, que passa sob o Mar Báltico e evita a Ucrânia. Os nomes das empresas e pessoas atingidas serão anunciados em até 60 dias. Metade do Projecto é realizada pela russa Gazprom, mas o restante é financiado pelas companhias europeias OMV, Wintershall Dea, Engie, Uniper e Shell.
A obra, de quase 11 bilhões de dólares, está em fase de conclusão e vai permitir dobrar o fornecimento de gás natural russo à principal Economia da Europa: a Alemanha. Em conversa, nesta sexta-feira, 20, com o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, reafirmou sua “forte oposição” à construção do “Nord Stream 2”. Washington sustenta que o Gasoduto vai aumentar a dependência europeia do gás russo e reforçar a influência de Moscovo.
Neste sábado, 21, Berlim subiu o tom. “O Governo rejeita essas sanções extra-territoriais. Elas afetcam sociedades alemãs e europeias e constituem uma ingerência nos assuntos internos”, disse o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Ulrike Demmer, em Comunicado.
Já a UE declarou que, “em princípio, o Bloco se opõe à imposição de sanções visando empresas europeias que realizam actividades legais”.
A Comissão Europeia, por sua vez, informou que analisa reacções possíveis às sanções americanas. Cerca de 18 por cento do gás natural consumido no Bloco vai da Rússia.
Moscovo já deixou claro que concluirá o Projecto, apesar das sanções anunciadas, que incluem o congelamento de activos e a não-renovação de vistos para os empresários ligados à obra.
Um dos principais alvos é a Allseas, sediada na Suíça e contratada pela gigante de Energia estatal russa Gazprom, para construir o trecho em alto-mar.
Ao reagir ao anúncio americano, a porta-voz da Diplomacia russa disse que os Estados Unidos tentam impedir outros países “de se desenvolver”.
Ela denunciou, ainda, a “ideologia americana que não suporta a concorrência mundial”. “Daqui a pouco, vão nos pedir para parar de respirar”, concluiu.
 
Com: RFI

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