A ilha do Sal, mais concretamente a praia de Ponta Preta, vai receber a etapa que marca o arranque do American Windsurfing Tour (AWT 2015), entre 24 de Fevereiro e 8 de Março. É o regresso dos circuitos internacionais da modalidade ao arquipélago, conhecido pelas suas ondas potentes e desafiantes para os “riders” da modalidade.
Em plena época alta, a ilha do Sal deverá receber perto de uma centena de atletas entre amadores e profissionais, vindos de 15 países tão dispares como Estados Unidos da América (EUA), Argentina, Guadalupe (França), Marrocos, Brasil, Polónia ou Malásia, entre outros, incluindo Cabo Verde, para participar daquela que é a etapa que marca o início da AWT 2015.
Criado em 2010, o AWT chega ao arquipélago graças à fama das ondas salenses, em particular da Ponta Preta, que são conhecidas além fronteiras e que já acolheram inclusive provas do Campeonato Mundial do Windsurf, da consagrada PWA, em tempos.
Muitos questionaram, nos últimos anos, o facto de Cabo Verde não ter conseguido “atrair” ou “criado condições” para receber mais competições mundiais. Agora, ainda que a uma escala menor, as competições internacionais voltam à Ponta Preta. A mesma zona onde foi aprovada, em 2013, a construção de um quebra-mar, um processo envolto em polémica e contestado por surfistas e profissionais dos desportos náuticos locais devido às implicações negativas que essa obra poderia trazer na “formação das ondas” e, diminuir por isso o impacto e hegemonia da Ponta Preta na prática do windsurf. O certo é que até hoje as obras não arrancaram e Ponta Preta volta a receber atletas de alta competição.
COMO TUDO COMEÇOU
Goya Project Cabo Verde é o nome dado ao projecto que traz ao Sal a AWT. Uma iniciativa que junta Victoria Abbott, a residir desde 2006 na ilha, e Sam Bittner Directora, do AWT. Ao A NAÇÃO Sam destacou a motivação que está na origem de trazer a competição para o arquipélago. “Há muitos anos que ouço falar que Cabo Verde tem um spot espectacular para a prática do windsurf. Muitos atletas, que já estiveram no Sal ou que ouviram falar, pediram-me para levar uma prova da AWT para o Sal. Finalmente, no Verão do ano passado, conheci a Victoria Abbot, e começamos a trabalhar juntas para tornar esse sonho realidade”.
Já Victoria, que se iniciou no surf e windsurf no Sal, com o apoio “de surfistas locais”, considera que o conceito do projecto, que aposta no engajamento das comunidades locais, se revelou um desafio. “Quando me questionaram para organizar uma etapa da AWT na ilha, percebi imediatamente que seria a melhor forma de retribuir a generosidade e apoiar a comunidade de windsurf e surfistas locais a desenvolverem o seu talento, e a criar uma nova geração de amantes de desportos náuticos”.
A expectativa é grande. Até porque a organização está à espera de boas ondas, como é habitual na Ponta Preta, para imprimir qualidade à competição. Uma onda “poderosa, transparente e perfeitamente esculpida pelos ventos offshore” e “uma direita longa que se desenrola desde o seu pico até a secção interior”. Estas são as condições “ideais para que os atletas possam explorar os limites do wave riding e demonstrar o verdadeiro potencial deste desporto”.
QUASE UMA CENTENA DE ATLETAS
Até agora estão inscritos 85 atletas, entre eles 20 pro riders dos EUA, Argentina, Guadalupe, Marrocos, Brasil, Itália e França. Na classe de amadores, estão inscritos 18 inscrições participantes, incluindo os de Cabo Verde.
O AWT terá ainda a participação de três mulheres, de Cabo Verde, USA e Irlanda. Paralelamente irá decorrer uma competição de surf, para já, com 18 atletas nacionais e estrangeiros e mais 18 na modalidade de SUP (Stand Up Padling). Mais mais atletas poderão juntar-se à lista, até lá.
A directora da AWT assegurou ainda que o evento irá contar com a presença de vários jornalistas internacionais, com transmissão para diferentes canais da especialidade e suportes de comunicação. Entre as figuras de destaque a nível mundial, destaca-se o nome de Kevin Pritchard, campeão mundial de windsurf.
A Câmara Municipal do Sal também está engajada no AWT e, segundo declarações de Pedro Neves, vereador do Desporto, a iniciativa vai contribuir para o desenvolvimento do turismo desportivo na ilha e para a economia local.
Ponta Preta acolhe arranque do American Windsurfing Tour
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