PUB

Mundo

Inglaterra: NATO assinala 70º aniversário em Cimeira marcada por conflitos internos

A Cimeira da OTAN junta, esta quarta-feira, 4, líderes de 30 países, num hotel em Hertfordshire, a Norte de Londres, e está já marcada por fortes divergências internas sobre temas cruciais. Continua muito presente a entrevista do Presidente francês, Emmanuel Macron, ao “The Economist”, na qual este afirmou que a NATO “está em morte cerebral”, sugerindo o desenvolvimento de uma Defesa europeia autónoma.
Palavras que não foram bem recebidas por vários membros da Organização, frisou, na terça-feira, 3, no começo da Cimeira, o Presidente norte-americano, Donald Trump: “Foi uma declaração muito desagradável, principalmente, para os outros 28 países (membros da Organização). Foi desrespeitoso”.
Como já vem sendo tradição, Donald Trump voltou a apontar o dedo aos parceiros, por não direccionarem mais fundos para despesas militares.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO respondeu, lembrando os aumentos das contribuições por parte da Europa, Turquia e Canadá, que pensam investir, em conjunto, até 2024 perto de 400 mil milhões de dólares, mas frisando que “os Estados europeus e o Canadá não devem investir em Defesa para agradar ao Presidente Trump”.
Segundo Stoltenberg, “devem fazê-lo, porque estamos diante de novas ameaças e desafios. O ambiente de segurança tornou-se mais perigoso”.
Outro dos temas críticos no seio da Aliança é a intervenção militar turca na Síria, que motivou um encontro entre os líderes de França, Alemanha, Reino Unido e Turquia. No entanto, após a reunião, que teve lugar antes do começo oficial da Cimeira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, fez saber que o encontro foi “inconclusivo”, mas que há “vontade de avançar”.
Também a chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou-se optimista com o que classificou como “uma reunião boa e útil”, mas que “deve ser encarada apenas como o início de uma discussão mais longa, porque o tempo foi limitado” e sugerindo nova reunião, em Fevereiro do próximo ano.
Emmanuel Macron destacou o facto de todos os participantes no encontro terem demonstrado “uma vontade clara” de provar que “a prioridade é a luta contra o (grupo ‘jihadista’) Estado Islâmico e o terrorismo na Região”.
As relações entre a França e a Turquia tornaram-se mais tensas desde que Ancara lançou a ofensiva militar no Nordeste da Síria contra a milícia curda, que tinha lutado ao lado dos Estados Unidos da América contra o grupo extremista Estado Islâmico.
Enquanto decorria a reunião de Recep Erdogan em Londres, o conflito na Síria continuava, provocando a morte de 44 pessoas com o colapso de um prédio, que faz desta data o dia mais sangrento do conflito, desde Julho passado, segundo o Observatório para os Direitos Humanos.
Também a afirmação da China como gigante económico está a colocar problemas de Segurança, que a NATO identificou como críticos e para os quais procura, ainda ,respostas consensuais entre os países-membros.
Pela primeira vez, a Aliança reconheceu os desafios provenientes do rápido crescimento do País e prevê-se que, esta quarta-feira, os 29 Estados-Membros da NATO assinem uma declaração acerca da futura relação com Pequim.
Os líderes dos países da Aliança quererão, também, discutir a questão do Sistema de 5G, e as ameaças de Segurança que esta Tecnologia de Comunicação colocará, no momento em que uma das empresas que está mais avançada, a Huawei, tem fortes ligações ao Governo de Pequim.
Entretanto, enquanto decorre a Cimeira da NATO, em Londres, o Presidente russo Vladimir Putin disse, na Cidade de Sochi, que está disponível para cooperar com a Aliança Ocidental. Estas declarações mereceram uma resposta por parte de Emmanuel Macron, que pediu “um diálogo, sem ingenuidade, para reduzir o conflito com este País”.
 
Com: dw.com

PUB

PUB

PUB

To Top