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Cultura

Artesãos satisfeitos com cartão que atesta e certifica a profissão

Cerca de duas dezenas de artesãos, com idades a partir dos 65 anos, receberam o cartão do artesão que certifica e oficializa o artesanato como profissão, durante o URDI que decorre em São Vicente.
Estes profissionais, todos com uma longa caminhada no sector, estão agora habilitados para também fazer parte do sistema de ensino formal e informal e ministrar formações por iniciativa própria.
Para os artesãos contemplados, este cartão representa uma grande conquista e reconhecimento do trabalho de uma vida. João Brito, da ilha da Boavista, orgulha-se desta distinção, que considera “muito gratificante.”
“É um reconhecimento por todos estes anos dedicados ao artesanato, para além de agregar mais valor àquilo que fazemos.”
O artesão Beto Diogo não retira a importância deste cartão, que considera um passo e um estímulo importante para a classe. Entretanto, diz, é preciso criar sustentabilidade e uma dinâmica que permita a cada conselho ou cidade ter uma feira permanente,
onde será possível expor o trabalho ao público durante o ano já que “nenhum artesão vive somente da URDI.”
Para o Ministro que tutela a pasta, o maior ganho do diploma é inscrição dos mesmos no sistema de segurança social. Isto possibilita ainda que o rendimento que advém do artesanato passe a ser controlado, no sentido de medir o contributo e o peso que o
sector representa no Produto Interno Bruto nacional.
De acordo com Abrão Vicente, o objectivo é formalizar todo o sector ligado as indústrias criativas e artes. O mais importante deste diploma, adianta, é substituir o artesanato “não cabo-verdiano ou não de origem cabo-verdiano”, vendido nas ruas
como produto made in Cabo Verde ou de Cabo Verde.
“É um processo longo, que dará poder ao Centro Nacional de Artesanato e as próprias polícias, depois de uma formação intensiva, para removerem das ruas tudo o que está a ser vendido de forma falsificada e claramente errada como sendo produto cabo-
verdiano.”
A partir de agora, explica Abraão Vicente, será possível mapear onde está o artesanato nacional e, todo o produto não identificado com o selo do CNAD será apreendido. O passo seguinte, diz, é estender este processo a todos os outros sectores, como música
e artes plásticas.
O diploma foi assinado pelo Ministros da Cultura e Indústrias Criativas, Ministro das Finanças e pelo Ministro da Segurança Social e Saúde. Todo o processo foi orçamentado e cerca de 20 mil contos.
NA

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