A ministra dos Direitos Humanos, Damares Abreu, anunciou, em Belo Horizonte, que o Governo Federal vai criar um canal para que pais de alunos possam reclamar de professores que, durante as aulas, atentem “contra a moral, a religião e a ética da família”.
A ministra esteve na Capital mineira para participar de Audiência Pública na Assembleia Legislativa sobre suicídio e auto-mutilação entre jovens. Ela disse que o dispositivo será anunciado ainda este ano, mas não deu detalhes sobre o funcionamento.
A ministra – como exemplo -, citou o caso de um professor do sexto ano de uma escola do Distrito Federal, que teria pedido aos alunos redacção sobre sexo oral e anal.
“A família precisa ser ouvida. O que queremos trabalhar no Brasil é uma parceria de escola e família. A família sendo consultada, mas não delegando suas responsabilidades”, remarcou.
A gestão Jair Bolsonaro é crítica de uma suposta doutrinação e pregação da “ideologia de género” em sala de aula pelos docentes. Esse termo vem sendo usado por grupos conservadores, mas não é adoptado em universidades e escolas.
O combate à doutrinação é uma bandeira do Movimento Escola Sem Partido, Grupo criado, em 2004, para cobrar mecanismos que vigiem e punam supostos excessos de professores. Nos últimos anos, têm tramitado no Congresso e nos Legislativos locais projectos de Lei inspirados nessa ideia. Parte dela já foi aprovada.
Segundo a ministra, a melhor forma de tratar temas como o sexo é “de forma correcta, obedecendo às especificidades da idade, com professor preparado, como era muitos anos atrás quando eu era criança”, disse, prometendo que não haverá embates.
Damares disse que um material “adequado” será enviado pelos ministérios e que não haverá punições contra professores. “É possível falar de todos esses temas de forma didática, de forma educativa. O que estamos falando é sobre os absurdos que aconteceram como ontem”, disse ela, referindo-se ao professor de Brasília.