Por: Filomena Martins
Em Março de 68, nasce Alcides Graça, na ilha de São Vicente, no seio de uma típica família mindelense e historicamente PAICV.
Licenciado em Direito, pela Universidade Clássica de Lisboa, é hoje Doutor em Ciências Jurídicas e professor universitário. Possui, igualmente um conceituado escritório de advocacia, na praça sãovicentina.
De 2008-2012 e 2012-2016 foi, respetivamente, deputado e líder da bancada municipal do PAICV/SV.
Foi um dos fundadores do Batuque Futebol Club bem como da ADECO.
Esta sumária biografia, embora de per si, válida, pouco revela da personalidade e do SER de Alcides Graça…
A reputação de Graça, enquanto cidadão íntegro, idóneo e responsável, transcende a esfera político partidária em Mindelo. Aliás, do seu discurso político, em defesa de SV e do PAICV, jamais resultam reações partidárias que o apelidem de imoral ou antiético, independentemente da acutilância que delas possa emanar. A sua intervenção político social tem-se pautado pela Ética do Intelectualismo Moral, com referência em Sócrates, e não nos Sofistas pois, para estes, a verdade e as leis, só são válidas, “se e somente se”, servirem os seus interesses pessoais e particulares… Não, Tcheps é defensor acérrimo da verdade, da democracia, da honestidade, do bem, da liberdade e do diálogo, em qualquer circunstância e para todos!!
Imbuído destes princípios, vence as eleições em 2013,contra o anterior Presidente da CPR e liberta o PAICV duma liderança em regime de gestão, que o já referido presidente a colocara ao demitir-se em 2011, depois de perder a eleição feita na CPR, por 10 – 4, a propósito da escolha do candidato do partido para a CM/SV, tendo sido a presidência interina, eficazmente liderada por Hermes Santos.
Alcides é o camarada que ganha a Presidência da CPR de um Partido endividado, desorganizado e, por mero capricho individual do anterior Presidente da CPR, sem sede própria.
É neste contexto que se acumulam as dívidas provenientes do não pagamento de vários meses de renda do espaço alugado, para o funcionamento da sede. Perante este cenário, uma das primeiras medidas encetadas, foi a elaboração de um plano de pagamento, salvaguardando o PAICV de um despejo desonroso e imperdoável! Com lucidez e responsabilidade, decidiu-se pelo regresso à sede própria, na rua Machado, numa atitude de profundo respeito pela memória do Partido, almejando restituir-lhe dignidade e centralidade, a um só tempo.
Hoje, reinstalados na sede, novas obras foram feitas, culminando na abertura de uma sala de leitura e formação profissional, sobretudo, para os jovens. A Fundação Amilcar Cabral doou um conjunto considerável de obras, bem como diversos militantes e cidadãos mindelenses.
Determinados em salvaguardar o património do PAICV, Graça e a sua equipa, transformaram a pálida ideia de uma nova sede, num projecto arquitetónico e de engenharia, absolutamente concluído, com a generosa participação de alguns camaradas, pelo que o próximo desafio é a efectiva construção, modernização e ampliação da sede. Aliás, só não se iniciou a sua implementação, neste mandato, pois a nível nacional tomaram-se medidas, em relação ao edifício, que impossibilitaram o avanço. No entanto, em articulação com os respectivos órgãos nacionais, no próximo mandato, certamente, este sonho será uma realidade amplamente festejada pela família PAICVISTA.
Com Tcheps, acaba-se o tempo em que o Partido não tinha receitas próprias e funcionava apenas com contribuições generosas, mas esporádicas e momentâneas de alguns militantes e amigos. Viviam-se momentos de incerteza todos os meses…
Com determinação, a CPR, sob sua égide, avança com um plano ousado, mas visionário, o “QUOTA SEGURA E CONFORTÁVEL,” cujo fito era a angariação de militantes pagantes de quotas mensais, e que culminou num enorme sucesso.
Hoje, um grupo confortável de militantes, quotizam regularmente, transformando-se a CPR/SV, numa das pouquíssimas regiões politicas do PAICV, com autonomia financeira!
Até 2022, com a mesma filosofia e numa relação genuinamente umbilical, pretende-se chegar aos 5 mil militantes!! E com um cronograma, assente num programa continuado de informação, sensibilização e formação, criar-se-á/reforçar-se-á em todos os militantes a sua relação de pertença ao Partido e a inamovível, mas sobretudo, inalienável consciência da sua liberdade de opinião conjugada com o exercício dos seus diretos e deveres!
A autonomia financeira da CPR será reforçada, pois a construção da sede regional, concretizar-se-á e com ela, o PAICV/SV, terá capacidade de gerar receitas próprias substanciais e garantir alguns postos de trabalho.
Com Alcides Graça, a promoção da matriz histórica e ideológica do PAICV, ganha especial relevância e passa a ser um eixo incontornável da agenda politica anual, nomeadamente, através da gala “Cantar Cabral” e das comemorações do 20 de Janeiro e do 5 de Julho, traduzidas em palestras, conferências e seminários, proferidos pelos combatentes de liberdade da pátria, bem como, por outros históricos do Partido.
Estas são apenas algumas das ações de um Tcheps que politicamente amadurecido, fruto da experiência acumulada, ao longo de mais de 10 anos de politica activa, se apresenta aos militantes sãovicentinos, pedindo-lhes a reconfirmação da sua continuidade à frente de uma das principais regiões politicas de Cabo Verde. Uma ilha com a pujança e a notoriedade do Monte Cara, exige dos seus líderes igual firmeza e retidão nas suas ações quotidianas, sejam sociais, sejam politicas! A hombridade do Monte Cara, não se compadece com líderes de outro timbre…
É a candidatura de Alcides Graça a única para a CPR/SV? Não. Mas, é a única que está alinhada com os princípios e valores do PAICV, servindo aos propósitos de SV!
Estamos perante uma candidatura que se alimenta do princípio do “satyagraha” (a força da verdade) de Gandhi, pelo que “ a não violência, o autocontrolo e o respeito pela verdade”, são seu apanágio.
Trata-se de uma candidatura sem mãos invisíveis, mas conhecidas, determinada, sim, mas não obstinada, serena e sem mediocridades.
Obrigada, Alcides!
Obrigada, Camaradas de São Vicente!