“Temos que ter a serenidade suficiente para entender que há questões que, de facto, são políticas e questões que nos interessam”, disse o magistrado durante a audição parlamentar na Comissão Especializada de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado (CEACDHSRE).
Segundo ele, é uma “ilusão” pensar que os prazos que o processo penal prevê são suficientes para os mega-processos.
“Há processos que requerem muita investigação e cada vez que se chega a um ponto da investigação, brem-se outras linhas e tem que se investigar tudo”, precisou, acrescentando que o país tem falta de magistrados, oficiais de justiça e de meios para se fazer perícias.
De acordo com as suas palavras, há um processo em que se pediu quase 20 mil contos para perícias.
“Vamos tentar negociar para ver o que é possível fazer, de facto”, afirmou, para depois deixar transparecer que a falta do dinheiro poderá fazer atrasar os processos.
Luís José Landim, que foi chamado para a audição parlamentar na CEACDHSRE, uma semana após a sua tomada de posse como procurador-geral da República, defendeu a necessidade da criação de um Centro de Formação Judiciária em Cabo Verde para a “formação permanente” dos magistrados.
Para o procurador-geral da República, há que investir mais na área da investigação para que a justiça tenha resultados.
Na sua perspectiva, a Polícia tem feito um “trabalho meritório”, mas no plano da investigação ainda existe um “défice grande”.
A especialização dos magistrados é uma preocupação do novel procurador-geral da República, porque, segundo ele, o país está a ser confrontado com crimes cada vez “mais complexos”.
Apontou, ainda, a necessidade da criação do Instituto da Medicina Legal.
Disse, ainda que a segurança dos magistrados e dos edifícios constitui uma preocupação.
Inforpress