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Economia

Maio: Operadores turísticos e econômicos estão descontentes e exigem da Binter CV a reposição dos voos suspensos

Segundo o proprietário do empreendimento hoteleiro Villa Marris, Claudio Burtto, todos os operadores turísticos e mesmo a população do Maio estão a ser prejudicados com a decisão da companhia aérea Binter Cabo Verde em retirar os voos das quartas-feiras, medida que está prevista a vigorar até o fim do ano, algo que considerou ser lesivo para uma ilha que quer apostar no turismo.
“A Binter tinha retirado os voos de quarta-feira no passado mês de Maio, alegando que iriam repor no próximo mês de Outubro e pelo nosso espanto vimos na página deles que esta suspensão vai continuar até o final do ano”, informou questionando “porque é que a Binter não vende bilhete para encher o avião, porque como se sabe o avião tem capacidade para viajar com quarenta a cinquenta pessoas, mas vendem apenas trinta lugares e os restantes ficam vazios, e mesmo querendo as pessoas não se conseguem comprar estas passagens nas agências”.
Conforme avançou este operador turístico, na ilha do Maio o turismo ainda não está no patamar que se almeja, mas afiançou que a época alta na ilha começa geralmente a partir do mês de Outubro até Março.
Entretanto, juntou que com esta medida da Binter CV, correm o risco de não virem a receber turistas, porque muitos já começam a cancelar a viagem, visto que vai ser difícil chegar à ilha do Maio, e mais difícil ainda deixar a ilha devido a dificuldades de transporte.
“Na ilha do Sal, as agências de viagens recebem propostas de turistas que desejam conhecer a ilha do Maio, mas rejeitam estas propostas, porque alegam ser muito complicado chegar até aqui, quanto mais partir, quando se sabe que um turistas vem com uma semana de férias, por isso preferem enviar os turistas para a ilha do Fogo ou outras ilhas”, salientou.
Face a esta situação, Claudio Burtto exorta ao edil local, Miguel Rosa, assim como a deputada Joana Rosa e o primeiro-ministro a intercederem junto da empresa, no sentido de se repor as viagens às quartas-feiras, caso contrário, realçou, se nada for feito até o fim do ano vão despedir todos os seus funcionários e fechar as portas do estabelecimento, porque não vão ter como suportar as despesas.
“Creio que existe um interesse superior para que a ilha do Maio não de desenvolva, isso porque, sempre que se registe uma melhoria inventam uma medida para piorarem as coisas, e todos os maienses e mesmo nós os operadores nos apercebemos disso”, enfatizou.
Alan Ricci, representante do hotel Big Game expressou também na ocasião a sua preocupação alegando que a economia na ilha “está estagnada”, isso porque as ligações, tanto aérea como marítima, não têm contribuído para que os turistas visitem a ilha.
Conforme realçou, os voos de segunda que deveria ser de manhã e das sextas-feiras à tarde estão todas invertidas, razão pela qual o turismo interno na ilha regrediu em relação aos anos anteriores.
“Estamos a aproximar da época alta em que recebemos um número de turistas razoável, mas muitos já cancelaram os seus voos e quartos, por causa de transporte, por isso precisamos de ajuda por parte das autoridades local e central para não fecharmos as portas, porque estamos a ter grandes perdas financeiras”, sublinhou.
Ivan Silva, um residente na ilha, também expressou a sua preocupação relativamente à suspensão dos voos às quartas-feiras, e vai mais longe ao afirmar que os maienses aguardam também por uma explicação sobre o atraso no arranque das obras da requalificação do porto, quando se prometeu no lançamento da obra, que a mesma iria arrancar logo nos dias seguintes, mas passados praticamente 4 meses ainda nada foi feito.
“Com esta situação pode-se perigar o turismo na ilha, porque não tendo turismo não vai haver trabalho para as pessoas e a economia fica estagnada. E mais, não havendo transporte não teremos comércio, e deste modo a ilha não avança, por isso já é hora daqueles que têm a responsabilidade para com a ilha tomarem uma posição e exigirem do Governo uma outra atitude”, sublinhou.
Os operadores económicos procuraram hoje a comunicação social para manifestarem a sua insatisfação e todos se manifestaram preocupados com o futuro turístico da ilha, caso a situação não for resolvida brevemente.
Fonte: Inforpress

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