Zé Pereira, conhecido fotógrafo lançou recentemente no Mindelo o livro “Aves introduzidas, migratórias e endémicas de Cabo Verde”.
A obra traz uma compilação de fotografias de uma parcela das aves marinhas presentes nas várias ilhas e reservas naturais do país, resultado de um trabalho de seis anos.
Segundo o autor, o trabalho foi desenvolvido pensando especialmente nas crianças e na nova geração, portanto, com uma linguagem simples, que pretende ser uma chamada de atenção para as questões ambientais e preservação da biodiversidade.
“Não basta ter amor pela natureza. É preciso ter uma consciência ambiental e cuidar. Não faz sentido dizer que gosto de fotografar aves, fazer deste livro e depois fazer u piquenique numa praia e deixar lá o meu lixo”, considera Zé Pereira.
“O autor exterioriza nesta obra a beleza, a suavidade, a humildade e a inocência. Transporta-nos por um mundo silencioso de cores e formas, devolve-nos um pouco daquilo que vamos perdendo a cada dia, neste novo mundo agitado, cheio de ecrãs, todos nós muito ligados, porem nunca antes tão afastados”, considerou Tommy Melo, presidente da organização ambiental Biosfera.
Segundo este biólogo, o livro não se limita a apresentar a natureza. Disponibiliza informações válidas e pertinentes sobre cada uma das espécies fotografadas, numa obra que servirá como referência da passagem pelas ilhas e seus habitantes.
O ambientalista e cofundador da Biosfera, José Melo, aproveitou a ocasião para pedir aos decisores políticos que façam alguma coisa pelo património ambiental de Cabo Verde.
“No livro, o Zé narra que em 2013 presenciou situações de pescadores com rede e mergulhadores nas reservas naturais. Em 2018 disse que continuou a presenciar a mesma situação e eu posso garantir a ele que, agora em 2019, o cenário é muito pior. Tudo o que existe la é exatamente insustentável”, enfatiza José Melo, pedindo ao público presente na apresentação que ajude o autor a divulgar este trabalho para que possa chegar às autoridades.
Durante a cerimónia, Zé Pereira recordou o seu início a fotografar aves a voar, “sem noção e sem competências técnicas” para tal, enfatizando que levou algum tempo a perceber a exigência deste ofício queexige muita paciência e que hoje resulta no registo de 36 espécies, de um universo de mais de 200, incluindo as migratórias.
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S.Vicente: Zé Pereira lança livro de fotografias com foco na preservação ambiental
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