Hoje, 17 de Setembro de 2019, marcamos o primeiro Dia Mundial anual da Segurança do Paciente.
No momento em que observamos o primeiro Dia Mundial da Segurança do Paciente, comecemos pela definição da Segurança do Paciente segundo a OMS. Define-se como a ausência de danos evitáveis e redução do risco de danos desnecessários associados aos cuidados de saúde até um mínimo aceitável para o paciente.
O Escritório Regional da OMS para a África reconhece e atribui uma grande importância à segurança do paciente a fim de garantir que lhe seja dada o devido protagonismo nos cuidados de saúde na região. A segurança do paciente foi discutida pelos Estados-Membros na quinquagésima oitava sessão do Comité Regional da OMS para a África (AFR/RC58/8 – Segurança dos Doentes nos Serviços de Saúde da Região Africana: Problemas e Soluções). Os membros do Comité Regional sublinharam a necessidade de sistemas de saúde fortes para abordar as questões da segurança do paciente e a dos profissionais da saúde.
Vários desafios minam o desenvolvimento dos sistemas de saúde para garantir a segurança do paciente na região: (a) a falta de políticas nacionais, estratégias, normas, orientações e ferramentas sobre práticas de cuidados sanitários seguros, bem como a sua implementação ineficaz onde existem; (b) a falta de financiamento adequado; (c) a insuficiência de recursos humanos para a saúde, sistemas de distribuição de cuidados de saúde faltosos com infraestruturas subaproveitadas, a fraca capacidade de gestão e instalações de saúde subequipadas; e (4) mecanismos ineficazes para criar parcerias fortes no sentido de envolver adequadamente os pacientes e a sociedade civil na melhoria da segurança do paciente.
Metade do fardo mundial da doença por danos ao paciente provém de níveis de cuidados primários e ambulatórios. A boa notícia é que se pode evitar até 80% dos danos nestes ambientes; por exemplo, melhorar o diagnóstico, a prescrição e a utilização de medicamentos, responsáveis pelos erros mais prejudiciais, reduziria significativamente o risco de danos.
As evidências disponíveis indicam que 134 milhões de eventos adversos ocorrem anualmente em hospitais semelhantes aos que estão no nosso ambiente aqui na Região Africana. Nos países de baixo e médio rendimento, um em cada dez pacientes em instalações de saúde sofre de uma infeção associada aos cuidados de saúde. Pior ainda, nos países em desenvolvimento, mais da metade dos lactentes nas unidades para recém-nascidos sofrem infeções associadas aos cuidados de saúde com uma taxa de mortalidade entre 4% e 56 %. Por sua vez, enquanto cuidam
dos doentes, os profissionais de saúde também estão expostos a riscos como tuberculose, hepatite, HIV e outras infeções. As disposições destinadas a melhorar o ambiente das instalações de saúde, a melhorar a prática de prevenção e controlo de infeções, bem como o cumprimento de procedimentos operacionais normalizados contribuiriam, em grande medida, para a resolução deste problema.
Congratulamo-nos com a 72.ª resolução da Assembleia Mundial da Saúde (WHA72.6) sobre a ação mundial em matéria de segurança do paciente que apoiou o estabelecimento desta campanha anual. Há uma necessidade urgente de sensibilizar e compreender a segurança do paciente. Devemos galvanizar as ações para chegar a sistemas, serviços, procedimentos e práticas mais seguros nos cuidados de saúde de forma a mitigar e eliminar qualquer risco de danos aos pacientes.
A segurança do paciente é uma componente essencial dos cuidados de saúde que deve ser objeto de atenção imediata. A campanha reúne todas as partes interessadas e permite que prestadores, requerentes e gestores de serviços de saúde expressem solidariedade e compromisso para tornar os cuidados de saúde mais seguros. O princípio fundamental é não prejudicar ninguém.
O tema para este primeiro Dia Mundial de Segurança do Paciente é “Segurança do paciente: uma prioridade de saúde global”, que apela a todos para dar alta prioridade à segurança do paciente. Apela igualmente à promoção da comunicação aberta para aprender com os erros e enfatiza a importância da segurança do paciente, bem como dá mais ênfase à voz do paciente, daí o lema:
“Vamos lutar pela segurança do paciente!”
A OMS está empenhada em apoiar os países na definição do estado da segurança do paciente, no desenvolvimento e implementação de políticas, diretrizes e protocolos nacionais para melhorar a segurança do paciente, bem como em facilitar as redes e parcerias relativas à segurança do paciente.
Apelo a todas as partes interessadas para que assumam compromissos firmes, estabeleçam prioridades e tomem disposições precoces, que apoiem a implementação de estratégias para garantir a segurança do paciente, gerir os riscos e promover uma cultura de apoio e de aprendizagem.
Exorto todos a partilharem amplamente a informação sobre a observância deste primeiro Dia Mundial da Segurança do Paciente. O vosso compromisso, apoio e entusiasmo ajudará a maximizar o impacto desta campanha.
Obrigada.
