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Saúde

Cabo Verde registou cerca de 400 casos de hepatite em 2018 – revela especialista coordenador

Cabo Verde registou em 2018 cerca de 400 casos de hepatite, uma patologia que, segundo o especialista Jorge Noel Barreto, pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Jorge Noel Barreto, que é coordenador Nacional do Programa de luta contra Tuberculose, Lepra, VIH-SIDA e outras doenças sexualmente transmissíveis, falava em declarações à Inforpress a propósito do Dia Mundial da Hepatite, que se assinala hoje, 27 de Julho, tendo realçado se tratar de uma doença em que a maior parte dos doentes só sabe do seu contágio através de um rastreio específico para tal.
Por isso, explicou que para dar vazão ao lema deste ano “Investir na eliminação das hepatites”, Cabo Verde quer chamar a atenção das pessoas na luta contra a doença, reforçando as iniciativas de vigilância, prevenção e controlo do agravo.
A data, sublinhou, serve também para que o sector da saúde e os seus parceiros possam reflectir sobre as estratégias adotadas para minimizar o impacto das hepatites virais sobre as populações.
Quanto aos outros tipos de hepatite, explicou também que normalmente são curáveis, mas para isso, notou, o doente deve estar atento e em sintonia com o médico, pois, a atitude de muitos pode “fazer piorar a doença e resultar numa cirrose ou cancro”.
De acordo com este especialista, em Cabo Verde há mais de dez anos que através do Plano de Vacinação Nacional as crianças recebem três doses de vacinação contra hepatite B em momentos diferentes, o que protege e previne que a doença venha a surgir na idade adulta.
Por seu turno, a OMS esclarece que as hepatites virais constituem um problema de saúde pública, a nível mundial, e são considerados uma das maiores epidemias da atualidade, visto que 1 em cada 3 pessoas já foi infectada por algum tipo de hepatite viral e a maioria não sabe e corre o risco de evoluir para uma doença crónica.
As hepatites virais têm uma boa hipótese de cura, se for diagnosticada precocemente e tratada corretamente. Porém, o risco se deve ao facto de ser uma doença silenciosa que geralmente não apresenta sintomas até que atinja maior gravidade.
Na sua mensagem alusiva a data a directora Regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, realça o facto de o maior fardo da infecção por hepatite B nas crianças com menos de cinco anos estar nos países onde a dose à nascença da vacina da hepatite B conta com uma cobertura insuficiente (abaixo de 90%) e o diagnóstico e tratamento como abordagem de saúde pública continuar a ser “a componente mais negligenciada da resposta”.
Nesta matéria, a OMS felicita o Ruanda e Uganda pela disponibilização diagnóstico e tratamento da doença gratuitamente e convida aos Estados-membros a se investirem na abordagem de saúde pública para a erradicação da hepatite B e C em África.
“Os países devem investir na vacinação contra a Hepatite B para todos os recém-nascidos e integrar as intervenções como parte do reforço dos sistemas de saúde. Isto inclui basear-se nas capacidades actuais dos laboratórios para o VIH e TB, incorporando a vigilância contra a hepatite no sistema nacional de informação sanitária, e garantir o fornecimento de medicamentos e meios de diagnóstico comportáveis”, realça.
Segundo Matshidiso Moeti, a OMS felicita a GAVI, a Aliança para a Vacinação por apoiar a vacinação de dose à nascença da vacina da hepatite B e o Fundo Global por disponibilizar o tratamento para a Hepatite C aos pacientes com VIH.
“Como canta a música “African Hepatitis Song” lançada na Cimeira, vamos nos unir e investir para vencer esta guerra contra a hepatite, vamos sensibilizar a todos e vamos cumprir com os nossos papeis. É isto que temos de fazer para concretizar o objectivo de erradicar a hepatite viral até 2030”, afirmou Moeti na sua mensagem.
As hepatites virais tipos A-E causam infecção e inflamação no fígado, que podem levar a cirrose hepática, câncer do fígado e são transmitidas por má higiene dos alimentos, água contaminada e falta de saneamento.
Já as hepatites B, C e D são transmitidas por sangue, esperma e outros fluidos corporais contaminados.
Inforpress

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