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Cultura

Dino d’Santiago testa elasticidade de ‘Mundu Nôbu’ com novo EP

O registo, que conta com a participação de nomes como Branko, Pedro Mafama, Moullinex e Here’s Johnny, recupera três canções de ‘Mundu Nôbu’, o álbum que editou em outubro, reiventadas à luz de novas batidas.
“A ideia era ir à procura de quem compreendia essa estética [do álbum] e com as sonoridades de uma noite no B.Leza, de uma noite no Lux ou no Musicbox” – todos espaços de música de Lisboa -, afirmou Dino d’Santiago, a partir de Paraty (Brasil), onde atua hoje no âmbito da Festa Literária Internaciona Flip.
O EP apresenta remisturas de ‘Nova Lisboa’, ‘Nôs Funaná’ e ‘Sô Bô’, canções que Dino d’Santiago diz serem das mais bem acolhidas pelo público nestes meses em que o novo álbum tem sido apresentado ao vivo.
“Elas nasceram com um rosto e foram ganhando diferentes olhares. Eram canções que via de uma forma e ganham agora outra”, afirmou à Lusa.
‘Mundu Nôbu’, editado em outubro, sintetiza a visão de Dino d’Santiago da música que é portuguesa, tem raízes em Cabo Verde e, de forma mais lata, na lusofonia e uma marca da música eletrónica internacional.
Dino D’Santiago é o nome artístico de Claudino Pereira, 36 anos, músico algarvio de ascendência cabo-verdiana, que participou no concurso de talentos televisivos Operação Triunfo, fez parte do grupo de hip hop Opinião Pública, da Jaguar Band, que acompanhava os Expensive Soul ao vivo, e cofundou os Nu Soul Family.
Em 2008, enquanto Dino SoulMotion, editou o primeiro álbum, ‘Eu e os meus’ e, em 2013, já com o atual nome artístico, lançou ‘Eva’, no qual volta às raízes musicais cabo-verdianas e com o qual foi distinguido nos Prémios de Música de Cabo Verde 2014.
Mas foi com ‘Mundu Nôbu’ que Dino d’Santiago acolheu mais elogios da imprensa portuguesa, prémios e a atenção dos media internacionais, numa equação onde entra ainda a cantora norte-americana Madonna.
“Tenho vivido com gratidão. É bonito ouvir que as pessoas ficam contentes ou quando me dizem que se inspiram na minha música. O ‘mundu nôbu’ está a acontecer nos vários palcos da lusofonia”, disse à Lusa.
Sobre a ligação a Madonna – que atribui a Dino d’Santiago parte da responsabilidade da influência da música portuguesa no álbum novo, ‘Madame X’ -, o músico reconhece que a cantora lhe mostrou “um mundo novo”.
“Ela trouxe um outro mundo que colidiu com o meu. [Mostrei-lhe] Tudo o que eu achei de melhor da música de Lisboa, consegui juntar o lado mais tradicional com o mais eletrónico”, contou à Lusa.
Atualmente com um verão preenchido de concertos para mostrar ‘Mundu nôbu’ em palcos portugueses, mas também estrangeiros, Dino d’Santiago disse que está já a trabalhar em temas novos.
“Sinto-me numa fase inspirada e a absorver tudo por onde tenho andado”, afirmou.
LUSA

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