A Presidência filipina rejeita e o apelo a uma investigação às violações dos direitos humanos, lançado na sexta-feira, por 11 especialistas da ONU, considerando tratar-se de uma “interferência” nos assuntos do País.
Os especialistas pediram, na sexta-feira, aos membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, abertura de um inquérito sobre as graves violações de direitos humanos, notando, em particular, “o grande número de pessoas mortas pela Polícia no quadro da alegada luta contra o tráfico de droga”.
Segundo dados oficiais, mais de cinco mil e 300 suspeitos foram mortos pela Polícia desde o início da “guerra contra a droga”, lançada pelo Presidente Rodrigo Duarte, após a sua eleição, há três anos.
Os defensores dos direitos humanos estimam que o número real seja três vezes mais elevado.
Este apelo dos especialistas da ONU “é não só idiota, mas uma ingerência inadmissível na soberania das Filipinas”, afirmou, sábado, 7, em comunicado, o porta-voz da Presidência Filipina, Salvador Panelo.
O responsável acusa estes especialistas de “difundirem informações parciais e absolutamente falsas”, antes de sublinhar que, nas Filipinas, “aqueles que falam contra a campanha anti-droga e acusam o Presidente de violações dos direitos humanos foram rejeitados pelo eleitorado filipino”.
Os aliados do Presidente venceram as Eleições, no mês passado, assumindo o controlo do Senado e da Câmara dos Representantes.
A “guerra contra a droga” é a bandeira política do Presidente Duterte, que a defende vigorosamente contra todas as acusações vindas do exterior.
Os seus críticos consideram que esta luta se tornou uma “guerra contra os pobres”, alimentando um clima de ilegalidade e impunidade no País.