O Presidente dos EUA (Estados Unidos da América), Donald Trump, pediu, no domingo, 2, à Síria e ao seu aliado, a Rússia, para cessarem “o bombardeamento infernal” em Idleb, uma província localizada a Noroeste daquele País do Médio Oriente.
“Ouvi dizer que a Rússia, a Síria e, em menor medida, o Irão estão a efectuar um bombardeamento infernal na província de Idleb, na Síria, e a matar, indiscriminadamente, muitos civis inocentes. O mundo está a assistir a este massacre. Qual é o objectivo, o que querem alcançar? Parem!”, escreveu Trump na Rede Social “Twitter”, pouco antes da deixar os EUA para iniciar uma visita de Estado à Grã-Bretanha.
Os comentários foram feitos, depois de, na sexta-feira, organizações não-governamentais sírias terem criticado a inacção da comunidade internacional face à escalada de violência do Regime sírio e do seu aliado russo na província de Idleb, resultando na mais significativa vaga de pessoas deslocadas desde o início do conflito.
Numa conferência de Imprensa em Istambul (na Turquia), representantes dessas organizações descreveram um agravamento do drama humanitário na província, dizendo que, além das dezenas de mortes de civis, os bombardeamentos tinham expulsado mais de 300 mil pessoas de suas casas junto à fronteira turca.
Na sexta-feira, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos indicou que quase 950 pessoas, a maioria combatentes e cerca de um terço civis, foram mortas em apenas mês em Idleb e arredores.
A escalada na província de Idleb, na fronteira com a Turquia, é o mais grave desde que Moscovo e Ancara, que apoiam alguns grupos rebeldes, anunciaram, em Setembro 2018, um acordo sobre uma “zona desmilitarizada”.
O Regime não anunciou, oficialmente, a ofensiva contra Hayat Tahrir al-Sham (ex-filial do grupo extremista Al-Qaeda), a Síria e os seus aliados intensificaram os bombardeamentos e voltaram a controlar áreas na periferia da província de Idleb.
Na sexta-feira, um porta-voz russo pediu aos grupos rebeldes que parassem os ataques às áreas pró-Regime.
Segundo a ONU, 270 mil pessoas estão deslocadas desde o final de Abril.
Iniciada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 370 mil mortes.