A chefe de Diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, afirmou, esta segunda-feira, 13, que o seu homólogo norte-americano, Mike Pompeo, “é sempre bem-vindo” a Bruxelas, mas comentou que não será fácil agendar uma reunião à última hora.
“Obviamente é sempre bem-vindo, mas não há planos precisos neste momento” de um encontro de trabalho, disse Mogherini à entrada para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, quando questionada sobre o anúncio de que o secretário de Estado norte-americano viaja, hoje, para Bruxelas, para discutir com responsáveis europeus “questões urgentes” como o Irão, adiando por um dia a deslocação à Rússia.
Apontando que o Serviço Europeu de Acção Externa foi informado “durante a noite” de que Pompeo tencionava mudar os planos e fazer uma escala em Bruxelas, Mogherini lembrou que os chefes de diplomacia da UE já têm “uma agenda muito carregada para todo o dia”, incluindo um encontro com os países da Parceria Oriental.
“Veremos se e como conseguimos realizar uma reunião”, disse a Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança.
Mogherini insistiu que a UE continua a apoiar “plenamente” o acordo nuclear celebrado com o Irão, apontando que já estava previsto para hoje, à margem do Conselho, uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha e Reino Unido precisamente “para ver como continuar a apoiar da melhor forma a implementação integral do acordo”, que, para a UE, reforçou, continua a ser “um pilar chave”.
Fontes oficiais de Washington anunciaram, esta segunda-feira, que Pompeo decidiu alterar os seus planos e fazer uma escala em Bruxelas em vez de seguir para Moscovo (Capital da Rússia).
O secretário de Estado norte-americano, que deveria chegar hoje a Moscovo, vai mesmo falhar a agenda na capital russa e encontrar-se-á com o Presidente russo, Vladmir Putin, e o homólogo russo, Sergei Lavrov, em Sochi, na costa do Mar Negro, na terça-feira, 14.
Na última quarta-feira, 15, o Presidente do Irão, Hassan Rohani, deu 60 dias às potências mundiais para se negociar um novo acordo nuclear, adiantando que se tal não acontecer retomará o enriquecimento do urânio.
A União Europeia pediu, imediatamente, ao Irão que continue a respeitar as suas obrigações ao nível do programa nuclear e rejeitou “qualquer tipo de ultimato”, comprometendo-se a “continuar os esforços para permitir a continuação do comércio legítimo” com Teerão.