Por: José Valdemiro Lopes
Passada a euforia das festarolas do fim do ano, o Cabo Verde, voltou ao quotidiano, deixando para trás ilusões e sonhos uns bons e outros nem por isso. A Juventude Tarrafalense, da região mais distante da cidade da Praia, na ilha de Santiago, saiu á rua, reclamando com convicção seus direitos legítimos, indignados, não aceitando o desemprego jovem como fatalidade. Deve-se procurar boas soluções ancoradas em politicas de resultados, porque a situação actual é de incerteza e os factores de risco, são múltiplos e cada vez mais complexos, Cabo Verde, não tem outra alternativa, senão, mudar de mentalidade, inovar, produzir e crescer, voltado para o mercado interno prioritariamente e chegar, aos mercados vizinhos, senão ser membro, de instituições, como a CEADEO, para o cidadão comum, não passa, de ser, do ponto de vista socioeconómico e financeiro, de folclore e não mercado de escoamento de produtos e de aproximação de povos com laços comuns.
As iniciativas legislativas que ligam Cabo Verde, a instituições comunitárias, como CEDEAO, CPLP, PALOP, só poderão criar valor, se este arquipélago, sem recursos, ultrapassar a cultura da norma para instalar a de resultados. Se as forças sociais e politicas, deste arquipélago assumirem, plenamente a consciência colectiva de e ter a responsabilidade politica de transformar, finalmente, estas nove ilhas habitadas, embora a multiplicidade de esforços, exigências e dificuldades…, mas já esta vontade politica e o agir, colectivo, defendendo o interesse comum, criará a dinâmica social que animará o esforço na busca de soluções que legitimará, na prática, a classificação, que fez Cabo Verde, ultrapassar, o grupo de categoria, de “países mais pobres”, sem que o país, estivesse, devidamente preparado para assumir, plenamente e imediatamente essa responsabilidade… mas, orientando-se, na direcção de criar boa sinergia de desenvolvimento, para as pessoas, fica-se a crer, que se avançará, mesmo que seja humildemente e esperamos, todos, que nada ficará como dantes, a partir de este ano de 2019, para estas ilhas e seu povo…
As inovações estão em todo o lado e chegaram a Cabo Verde. Nunca é demais falar dos celulares ou smartphones, tabletas, iphones, portáteis, os mais inovadores, com “gadgets” geolocalizadores, registando e fazendo-nos ser vistos (e controlados!) por terceiros, conscientes ou inconscientemente: nossas emoções, deslocamentos, nossos gostos, o que consumimos… enfim tudo que era, antes, unicamente nossa intimidade…
A tecnologia nos invadiu e tornou-se popular em Cabo Verde. Este país pequeno, com, apenas nove ilhas habitadas, não deve ignorar e subestimar o potencial comercial que estes aparelhos e tecnologias inteligentes, ainda por explorar a fundo possibilitam a esta terra nossa.
Já houve boas iniciativas, e surgiram, vários “startups” de sucesso e vou falar de uma experiencia pratica, em curso: reunir, numa única plataforma federadora, na Internet, de toda ( é a vontade e objectivo) a Oferta Empresarial, Hoteleira, Industrial, Cultural e Turístico dos nove (9) Municípios da ilha de Santiago e incluindo as Comunidades Associtivas da Diáspora cabo-verdiana, criando Catálogos virtuais em canais individualizados, para facilitar informações a investidores tanto na diáspora, para que se associem mais nos processos socioeconómicos das suas regiões e em todo o Cabo Verde e também fazendo a missão de influenciar a atração do Investimento Directo Estrangeiro, participando na ideia de criação de oportunidades de negócios para Cabo Verde… este, meus caros é o papel de SANTIAGO BUSINESS, portal de negócios, iniciativa de cidadania, que embora em fase teste, está acessível a todos no formato página principal, interactiva, francamente, também, voltada por excelência aos jovens, no URL: http://santiagobusinesscv.6te.net …
Acabaram-se os tempos de imprevistos, de se escrever cartas e deixar nos correios, tempos de fatalidades e outros… tudo mudou e o mundo está, está em mudanças constantes, estamos no tempo das comunicações, robóticas, inteligências artificiais… É nova era e o tempo a distancia e geolocalização são reais, mas não existem virtualmente, desculpem a contradição, mas é a realidade.
As instituições internacionais, premiaram, Cabo Verde que saltou para a classificação de país de rendimento medio, porque o país mereceu: respeitando e aceitando as convicções normativas que justificam a classificação, mas as fragilidades estão enormemente presentes e é preciso mudar e avançar com soluções…
O comercio informal porta-se mais ou menos bem, envolvendo cerca de 40% do sector activo, garantindo empregos e sub empregos, com impacto directo na vida das famílias, nas nove ilhas, mas os “players” praticamente não usufruem todos, dos ganhos sociais, tais como: abono de família, seguros de saúde, garantia de pensão reforma… que são “exclusividades” para os membros da INPS (Serviço Social Cabo-Verdiano) e muitos não participam no direito cívico e cidadão de pagamento de impostos, ficando longe da participação directa na contribuição fiscal…
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