Cerca de sete mil prisioneiros são libertados esta sexta-feira em Myanmar (antiga Birmânia) na sequência de uma amnistia anunciada pelo gabinete do presidente, Win Myint.
“Estamos a tentar confirmar quantos presos políticos” serão beneficiados, escreveu a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos de Myanmar (AAPP) na sua conta da rede social Twitter. Segundo números da AAPP, existem 362 presos políticos em Myanmar.
Esta é a segunda medida de perdão concedida pelo governo de Myanmar neste mês, depois de libertar 9535 prisioneiros, apenas dois deles prisioneiros políticos, na tradicional amnistia do Ano Novo budista de Myanmar em meados de abril.
Entre os prisioneiros libertados não se encontravam os jornalistas Wa Lone e Kyaw Soe Oo, da agência de notícias Reuters, que foram condenados em setembro de 2018 por violarem a Lei de Segredos Oficiais ao investigarem o massacre de dez rohingyas pelo exército na aldeia de Inn Dinn, no Estado de Arracão, durante operações que as Nações Unidas descreveram como limpeza étnica.
Na terça-feira, o Supremo Tribunal de Myanmar rejeitou o recurso dos dois jornalistas da Reuters e confirmou as sentenças de prisão de sete anos na sequência de reportagens sobre a repressão militar contra a minoria muçulmana rohingya.
Wa Lone e Kyaw Soe Oo, no início deste mês, partilharam com os seus colegas da Reuters o Prémio Pulitzer de reportagem internacional, uma das maiores distinções do jornalismo.
Fonte: JN