Em entrevista à agência Lusa, na cidade da Praia, a propósito da 21.ª reunião dos CEMGFA da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre quarta e quinta-feira nesta cidade cabo-verdiana, António Silva Ribeiro referiu que, em matéria de ameaças, é mais o que une estes países do que o que os separa.
Trata-se de “países com mar”, afirmou o almirante, enumerando alguns dos desafios externos que considera mais importantes e que são partilhados pelos Estados da CPLP.
“Os tráficos ilegais no mar – de pessoas, de droga — os problemas da poluição marítima, a exploração abusiva de recursos marítimos, nomeadamente a pesca ilegal” são os desafios mais prementes, sublinha António Silva Ribeiro.
O CEMGFA português acrescenta o tema do terrorismo, porque “há áreas de interesse de alguns países da CPLP onde existem fenómenos desta natureza”. “Precisamos de estar atentos a eles”, disse.
“Se colaborarmos todos uns com os outros, se trocarmos informações, certamente que criaremos condições para que os nossos países estejam mais seguros”, referiu.
Isto porque, enfatizou, “os mares não têm fronteiras e nem essas ameaças respeitam fronteiras”.
Um dos assuntos que estará em debate na reunião de Cabo Verde prende-se com os mecanismos dos países da CPLP em caso de catástrofe, como o que foi recentemente acionado para Moçambique após a passagem do ciclone Idai.
O objetivo é “desenvolver capacidades que permitam aos países da CPLP apoiarem-se mutuamente em caso de necessidades, como aconteceu relativamente em Moçambique”.
No quadro desta organização, explicou, “existe um mecanismo apropriado para isso e nós amanhã [quarta-feira] vamos trabalhar neste mecanismo de resposta da CPLP em situações de catástrofes”.
Trata-se de um mecanismo que tem vindo a ser liderado pelo Brasil. “Está bem desenvolvido, mas ainda precisa de ser operacionalizado. Julgamos que amanhã [quarta-feira] possamos dar passos importantes na documentação para operacionalização”, acrescentou.
Para António Silva Ribeiro, a agenda do encontro na cidade da praia é “muito rica”, por tratar-se de “um fórum muito importante de aproximação das Forças Armadas da CPLP, no sentido de desenvolver mecanismos de cooperação e mecanismos de confiança”.
“Se colaborarmos todos uns com os outros, se trocarmos informações, certamente que criaremos condições para que os nossos países estejam mais seguros”, afirmou.
Para o CEMGFA português, “os mares não têm fronteiras e nem essas ameaças respeitam fronteiras”.
LUSA