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Cultura

CVMA: Denis Graça renuncia nomeação para melhor kizomba e denuncia “claros sinais de conveniência”

O artista Denis Graça renunciou a nomeação para os Cabo Verde Music Awards (CVMA) 2019, na sua página no Facebook, negou ser cantor do ritmo kizomba e falou em “claros sinais de conveniência” vindos da organização.

“Nós não fazemos kizomba”, escreveu Denis Graça numa carta publicada na referida rede social, na qual o artista negou ser cantor daquele género musical originário de Angola e se assumiu como o “senhor Cabo Zouk” que ostenta as suas origens cabo-verdianas.

Além de discordar da sua nomeação, com a música “Tudo pa bo”, ao lado de “Pertan” de Josslyn e de “A fila anda”, cantada por Djodje e Jimmy P, Denis Graça mencionou “claros sinais de conveniência” vindos da parte da organização.

Na sua publicação afirmou: “os que se penduram em galhos, foram saltando de galho em galho, mudando de corpo e indumentária e em sequências de convites, amiguismos e outros interesses, tendo, supostamente, formado um grupo ‘todo o terreno’, para, a seu bel-prazer, atribuir galardões, a maior parte das vezes sem mérito, e com claros sinais de conveniência”.

Prosseguindo, questionou se é mérito ou conveniência nomear, em várias categorias, “alguém que somente tem uma obra”, face a um “mar de artistas que tanto trabalharam para honrar o país”, bem como também “nomear alguém por contiguidade familiar e outras aproximações” e “laços sentimentais”.

Denis Graça questionou ainda a escolha de “elementos sem competência” para avaliar questões musicais, assim como a escolha de avaliadores de outros países e culturas para apresentar o evento, bem como a exclusão de artistas que estão no top das preferências, por meses consecutivos, em Cabo Verde.

Mais adiante o artista perguntou se gerar climas de tensão e emoções entre o que é música tradicional de Cabo Verde e outras mais recentes, quando todas são cantadas por cabo-verdianos, é mérito ou conveniência, assim como “fingir esquecer” nomes de cabo-verdianos espalhados pelo mundo fora, com “capacidades vocais bem acima da média e de excelência”.

“Humilhar artistas dizendo que uma determinada música, que até venceu em uma categoria (anos anteriores), não era música, porque era um african house, e dizia vezes sem conta “já bo cre mas”!, isto é mérito ou conveniência?”, acrescentou.

Denis Graça perguntou ainda se a não indicação da sua música “Conta ma mi” foi “premeditado” ou esquecimento e se não levar em conta a vontade do povo expressa nas suas preferências em “várias páginas de Facebook” é “mérito, conveniência ou outra coisa”.

“Entre muitas outras situações contabilizei estas como as mais mediáticas, andam na boca do povo, mostram que o povo está revoltado. É impossível tapar o sol com uma peneira”, frisou Denis Graça, completando que não vê “sinceridade, competência, isenção e lisura” nas movimentações do corpo CVMA.

O artistas indicou “um carácter negligente, desafiador e de baixo nível”, da CVMA para com ele.

“Eu, Denis Graça, renuncio-me publicamente, e de cara levantada, a toda e qualquer nomeação que venha da CVMA, melhor, desta CVMA”, finalizou.

Esta não é a primeira vez que um artista renuncia a uma nomeação dos CVMA. Em 2012 a cantora Mayra Andrade manifestou junto do presidente do júri que não estaria disponível para participar nos CVMA.

Dois anos depois, em 2014, Djodje, Mika Mendes e então dupla TL Dreamz (Loony Johnson e Tó Semedo) também quiseram ficar de fora.

A gala dos CVMA 2019 acontece no dia 04 de Maio, na Cidade da Praia.

Inforpress

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