O Governo alemão decidiu não reconhecer como embaixador o enviado a Berlim pelo líder da Oposição e auto-proclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, uma decisão comunicada numa resposta parlamentar à qual a Imprensa local teve acesso.
De acordo com o jornal “Neue Osnabrücker Zeitung”, que teve acesso à resposta à pergunta do Partido A Esquerda, o Governo alemão não vai aceitar as credenciais de Otto Gebauer como embaixador, embora Berlim tenha reconhecido Guaidó como Presidente interino encarregado de convocar Eleições na Venezuela.
A resposta do Ministério dos Negócios Estrangeiros sublinha que, na sua visão, “as condições políticas” para reconhecer o enviado de Guaidó “não se cumprem”, porque já expirou o prazo de 30 dias que Guaidó tinha para convocar Eleições, seguindo as leis venezuelanas.
Gebauer será reconhecido na qualidade de “representante pessoal do Presidente interino Guaidó” e “não se prevê mais medidas”, disse o Executivo alemão.
Neste sentido, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse, quarta-feira, 27, numa conferência de Imprensa que, aos olhos do Governo alemão, Guaidó é quem tem o “mandato democrático legítimo” na Venezuela “para preparar as Eleições”.
“O factor decisivo para o Governo alemão é que a Venezuela e os venezuelanos tenham a oportunidade de decidir o seu futuro”, acrescentou.
O “Neue Osnabrücker Zeitung” acrescentou – citando círculos diplomáticos alemães – que, ao não reconhecer o enviado do Presidente interino como embaixador, Berlim está a atender um pedido do Governo espanhol, que pediu aos seus parceiros europeus que não concedam o estatuto diplomático para representantes de Guaidó.
O argumento é que se Guaidó for reconhecido, sem que isto tenha efeitos legais, não se pode ignorar que o Presidente Nicolás Maduro continua a manter o poder na Venezuela.