O ministro da Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional de Moçambique, Jorge Nhambiu, defendeu, esta segunda-feira, 11, em entrevista à Lusa que Moçambique tem quadros para trabalharem na exploração de Gás Natural, em fase de arranque.
“(As multi-nacionais) querem mecânicos, electricistas, carpinteiros e nós temos estes quadros”, referiu, defendendo que haverá mais procura por quadros formados no ensino técnico do que no ensino superior.
As empresas levam tecnologia para aplicar em Moçambique e “do que precisam mais são técnicos que façam as coisas acontecer e não para fazer os projetos que têm de implementar”, detalhou.
O grande desafio para Moçambique é a componente de higiene e segurança, na medida em que a área do petróleo e gás tem requisitos específicos.
“Este nosso eletricista, que formamos aqui, é o mesmo que vai trabalhar nos projetos de exploração de gás. Mas elas [as multinacionais] querem um aumento de competências na área de segurança”, referiu.
O Governo moçambicano desenhou um Programa para reforçar o Currículo do Ensino Técnico em matérias de segurança e higiene no trabalho, como forma de responder às exigências.
Não obstante a aposta no Ensino Técnico, Moçambique está a “direccionar cursos superiores para a área petrolífera”, referiu o ministro.
“Por exemplo, a Universidade “Eduardo Mondlane” (UEM) abriu um centro de excelência da Indústria de Petróleo e Gás que formará mestres, numa primeira ocasião, mas presume-se que dentro de pouco tempo formará também doutores”, disse.
O Executivo moçambicano está ainda a equacionar criar uma instituição de Ensino Superior em Cabo Delgado, onde estão a ser construídos os empreendimentos de exploração de Gás Natural que vai ser extraído do fundo do mar, ao largo da região, dentro de três anos.
O Projecto envolve uma instituição de Ensino Superior das Maurícias, disse Nhambiu à Lusa.
Além das Maurícias, a China é também um dos parceiros de Moçambique no Ensino Superior.
Segundo o governante moçambicano, trata-se do país que mais bolsas dá a estudantes moçambicanos.