O Papa Francisco chegou, esta segunda-feira, 4, aos Emirados Árabes Unidos, tornando-se o primeiro líder da Igreja Católica a pisar o solo da Península Arábica, berço do Islão.
Antes de partir para os Emirados, Francisco pressionou as partes envolvidas na guerra do Iémen “para favorecerem de modo urgente o respeito dos acordos” para uma trégua em Hodeida (Oeste), essencial para a distribuição de ajuda internacional.
Os Emirados Árabes Unidos participam na coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que ajuda militarmente o governo iemenita na luta contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
“Acompanho com grande preocupação a crise humanitária no Iémen. A população está esgotada pelo longo conflito e muitas crianças passam fome. O grito destas crianças e dos seus pais eleva-se perante Deus”, disse o Papa, no Vaticano.
Francisco também divulgou uma mensagem na rede social “Twitter” afirmando deslocar-se aos Emirados “como um irmão para escrever em conjunto uma página de diálogo e percorrer em conjunto os caminhos da paz”.
A visita deverá ser dominada pelo diálogo entre as religiões e o Papa participa, nesta segunda-feira, numa conferência sobre o diálogo inter-religioso, uma iniciativa patrocinada pelo Conselho de Anciãos Muçulmanos, com sede nos Emirados, que visa combater o fanatismo religioso e promover uma postura moderada do Islão.
Na terça-feira, 5, Francisco celebra uma missa histórica num grande estádio de Abu Dhabi, para a qual são esperados mais de 130 mil fiéis.
Cerca de um milhão de católicos – a maioria imigrantes asiáticos – vive nos Emirados, país cuja população é constituída por mais de 85 por cento de expatriados, e podem praticar a sua religião em oito igrejas.
Desde o início do seu Pontificado, o Papa já se deslocou a vários países cuja população é maioritariamente muçulmana, como o Egipto, o Azerbaijão, o Bangladesh e a Turquia. Em Março é esperado em Marrocos.