A Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo (Alaim) acolhe entre hoje e a madrugada de amanhã, a terceira edição do Over 12.
O mês de Janeiro começa intenso para a cultura mindelense. A terceira edição do OVER 12 promete, há semelhança das edições anteriores, atrair muito público com a programação intensa de doze horas de actividades culturais variadas, de forma non-stop.
Segundo informações avançadas pela gestora da Alaim, Janaina Alves, o modelo deste ano irá seguir o dos anos anteriores, “de virada cultural”, começando o programa às 15h da tarde com a batucada de Mick Lima na recepção ao público e convidados.
A partir daí a festa não para. Ao todo são 12 horas de oferta cultural diversificada non-stop madrugada adentro.
A programação envolve artes plásticas, artes circenses, formas animadas, teatro, música, dança e cinema com participações nacionais e estrangeiras. As apresentações das oficinas artísticas da academia assumem também protagonismo.
“No fundo, pretende-se festejar, juntamente com aniversário da descoberta da ilha de São Vicente, mais um ano de resistência de um sonho que em pouco tempo consolidou uma marca que define um espaço aberto e multidisciplinar de educação artística informal, sustentado no conceito de liberdade, respeito pelas diferenças e trabalho colectivo”, afirma a gestora da Alaim.
No domínio das artes plásticas está prevista uma pintura de um mural original da artista Gilda Barros, enquanto nas artes circenses o artista brasileiro, Pika-Pau, que reside na ilha do Sal, trará um espetáculo de malabarismo.
Já no teatro o destaque vai para a presença “mais do que especial” da companhia “UM COLETIVO” de Portugal, que virá apresentar um modelo de espetáculo que envolve contação de estórias e cinema.
Já o Grupo de Teatro do CCP Mindelo apresentará o espetáculo “Cloun Creolus Dei” e a companhia Cia. 50 Pessoa irá também fazer uma performance.
Mornas ao piano
Janaina Alves destaca como um dos pontos altos da programação o concerto de Tete Alhinho que trará ao Mindelo o seu mais novo trabalho “Mornas ao Piano”, com a participação do Coro Jorge Barbosa.
O concerto acontece às 21 horas na Alaim, como todas as actividades. Fazem ainda parte da programação o cinema musicado ao vivo, um modelo já feito na edição anterior do Over12, com “grande sucesso”, Chaplin ao piano por Khaly Angel.
Mais no final da noite, está prevista uma apresentação de hip-hop com Ricking Fénix & EZ Team. Na dança, actuam os Streat-Breaks e H Milla.
A festa encerra de madrugada, às com uma Arco-Íris Party, já às três horas da manhã, que visa “fomentar a diversidade e liberdade humanas, num clima de paz e alegria”.
Entre alunos (crianças, jovens e adultos) e artistas, a organização está a prever mais de uma centena e meia de participantes envolvidos, sem contar com o público que tem aderido bem nos anos anteriores.
“Entre familiares de alunos, comunidade artística e público em geral, certamente que iremos ter muita gente passando pela ALAIM durante essas doze horas”.
Três anos de liberdade artística
Este é apenas uma das actividades que a Alaim tem promovido desde que abriu portas há três anos e que visam, no entender da sua gestora, contribuir para a criação de um “espaço de liberdade, de formação artística, de produção cultural, de experimentação artística e de recepção de eventos culturais”.
Nestes três anos de existência, Janaina Alves garante que a academia se tem destacado como um novo conceito de espaço aberto dedicado às artes e à cultura em geral.
“A ideia de virada cultural é também algo inovadora em Cabo Verde e as três edições já concretizadas são uma demonstração do potencial deste modelo, sempre com enorme adesão”.
Três anos de balanço “positivo” em que, entre outras coisas, a ALAIM foi “incubadora” de, pelo menos, dez projetos artísticos de várias áreas, incluindo projetos sociais.
Tal como nas edições anteriores, não há um preço fixo para participar das iniciativas. O sistema é sempre de “contribuição”. “Haverá um valor mínimo para cada actividade em concreto e um valor para todo o OVER12. A pessoa pode, no entanto, doar um valor superior a isso”, avança.
O valor mínimo para cada actividade pode variar entre 300 a 500 escudos. No caso do show Mornas ao Piano, a “contribuição” é de 500 escudos.
GC