A ONU considera que a repressão levada a cabo pelo poder na República Democrática do Congo (RDCongo) contra as vozes dissidentes pode voltar-se contra o próprio poder depois do anúncio do resultado das eleições gerais de domingo.
“A intimidação e o assédio contra jornalistas, candidatos da oposição e defensores dos Direitos Humanos prosseguem”, denunciou, em Genebra (na Suíça), a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos do Homem, Ravina Shamdasani.
“Durante este período muito sensível, muito tenso, tememos que estes esforços para silenciar a oposição possam ter um efeito inverso considerável, logo que forem anunciados os resultados”, continuou a responsável, apelando a “todas as partes” para que não recorram à violência.
A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) da RDCongo deverá anunciar, no próximo domingo, 6, o resultado do escrutínio que escolheu o sucessor de Joseph Kabila, que abandona a Presidência do país ao fim de quase 18 anos no poder.
A Igreja Católica congolesa, que afirma conhecer o nome do vencedor das Eleições de domingo passado, pediu, publicamente, à CENI para anunciar os resultados o mais depressa possível, “no respeito pela verdade e justiça”.
No mesmo registo, os Estados Unidos da América apelaram, quinta-feira, 3, às autoridades eleitorais na RDCongo a “respeitarem” a escolha dos congoleses, através da publicação dos resultados “exactos”, sob pena de, em caso contrário, o país vir a sofrer a imposição de sanções.