O presidente do Parlamento bissau-guineense pede um “completo esclarecimento” sobre o incidente entre a Polícia do país e peritos eleitorais da Nigéria, que foram impedidos de prestar apoio no âmbito do Recenseamento Eleitoral, entretanto suspenso por ordens judiciais.
Para Cipriano Cassamá, a Nigéria tem ajudado a Guiné-Bissau a organizar Eleições Legislativas livres, justas, transparentes e credíveis, pelo que não são razoáveis as críticas que têm recebido por parte de vários setores políticos guineenses.
Três peritos informáticos nigerianos foram expulsos, pela Polícia, na quinta-feira, do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (Gtape) em Bissau, por ordens do Ministério Público que está a investigar alegadas suspeitas de fraude eleitoral.
No seu discurso, segunda-feira, 10, no acto solene do Dia Internacional dos Direitos Humanos, o presidente do Parlamento lamentou o incidente com os técnicos nigerianos e disse aguardar por “um completo esclarecimento” do que se passou.
O responsável considerou que o incidente “não dignifica o Estado” nem contribui para o fortalecimento das relações com a Nigéria.
A Guiné-Bissau “tem beneficiado muito dos esforços desse país em diversos domínios”, sobretudo no actual processo eleitoral, assinalou Cipriano Cassamá.
O líder do Parlamento guineense, questionou se ao invés das suspeitas, não seria melhor deixar que os técnicos nigerianos actuem, tendo em vista o esclarecimento das dúvidas.
Para Cassamá, a Guiné-Bissau “tem que saber preservar as suas relações de amizade e de cooperação com os seus parceiros”, particularmente com aqueles que sempre se prontificaram a ajudar o país, sem reclamar qualquer contrapartida, sublinhou.
Enquanto isso, a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau manifestou preocupação com a decisão do Ministério Público de suspender o Recenseamento de eleitores no país e advertiu que as consequências podem pôr em causa o próprio processo eleitoral.