Um ano após o início da sua implementação, o Projecto Escola Activa, no Paúl, encontra-se a meio gás. Segundo a coordenadora do Projecto, Helga Fonseca, a falta de parceiros ditou este retrocesso. Actualmente o projecto aguarda feedback de algumas entidades , de modo a que as acções para o 2o e 3o anos possam ter continuidade.
O Projecto Escola Activa foi implementado na Escola Secundária Januário Leite, no Paul, Santo Antão, no início do ano lectivo 2017/18, com o objectivo de ser uma ferramenta de luta contra o alcoolismo entre os alunos e a sociedade civil, no geral.
A estratégia inclui activismo social e cultural entre os alunos e a comunidade educativa, bem como as famílias. A iniciativa tem a duração de três anos. A coordenação conseguiu financiamento por parte do Ministério da Educação até o mês de Julho último.
Para além de criar a dinâmica socio-cultural, o projecto aposta “fortemente” numa comunicação “interessante e assertiva”. Para isso, adianta Helga Furtado, foram criados também, na Escola Januário Leite a Rádio Escola, onde é o próprio aluno que, juntamente com a coordenadora do projecto, recebe e trabalha a informação sobre a questão do alcoolismo.
Entretanto neste momento o projecto está a meio gás, segundo faz saber a coordenadora, Helga Fonseca. “O projecto está sem execução no terreno junto com o público-alvo, mas numa busca constante de parceria para que, no terreno possamos avançar com ações concretas”, diz.
Num primeiro momento, este projecto teve uma forte parceria do programa “Menos Álcool, Mais Vida”, da Presidência da República, que disponibilizou alguns equipamentos e materiais de sensibilização. A Comissão de Combate do Álcool e outras Drogas co-financiou parte do projecto, com apoio a Rádio Escola e uma máquina compacta de fotografia e filmagem.
“Estamos cientes que se envolverão neste processo de renovação do projecto e que nos darão respostas positivas, mantendo-se sempre como nossos parceiros”, acrescenta.
Acções futuras
Caso seja retomado o projecto vai contemplar diferentes actividades orientadas sempre para o adolescente, famílias, comunidades e instituições locais.
“Temos actividades desde emissões na rádio escola, sensibilização nas comunidades com os adolescentes, jornadas descentralizadas, reuniões com parceiros diferentes, analisando questões a volta do uso/abuso de bebidas alcoolicas por menores, atividades recreativas sem álcool, acções formativas de teatro para o auto-conhecimento e prevenção de comportamentos de risco, entre outros.
Alcoolismo no centro das preocupações
Paul é um concelho onde, para além de outros factores, há uma forte produção de aguardente. O consumo é bem enraizado e aceite socialmente. A tal ponto que um porcento da população padece de alcoolismo crónico, isto é, pessoas doentes que têm de ser tratadas para toda a vida. Em 2016, estavam oficialmente identificados 22 casos crónicos, em 2017 registaram-se mais 66 casos novos. Ou seja, no espaço de um ano, o número de doentes triplicou.
Os dados referentes a 2018 são mais animadores, mas continuam inspirando alguma preocupação, conforme relatados na edição anterior deste semanário.