O governo vai inspeccionar o licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba, onde, na segunda-feira, 19, uma estrada colapsou.
Em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética ordena “que, no prazo de 45 dias, a Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), proceda a uma inspecção ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona onde ocorreu o acidente do dia 19 de Novembro”.
O deslizamento de um grande volume de terra e o colapso do troço da Estrada Nacional 255 entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de uma pedreira ocorreu na tarde de segunda-feira.
Segundo as autoridades, o colapso de um troço de cerca de cem metros da estrada terá arrastado para dentro da pedreira contígua, com cerca de 50 metros de profundidade, uma retro-escavadora e duas viaturas civis, um automóvel e uma carrinha de caixa aberta.
As autoridades localizaram no dia do acidente os corpos de dois homens que circulavam numa retro-escavadora.
Na tarde de terça-feira, 20, o Comandante Distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora, José Ribeiro, disse que um dos corpos foi retirado da pedreira.
“É nosso objectivo (…) iniciarmos as operações de drenagem, utilizando as bombas e toda a capacidade instalada”, afirmou José Ribeiro, num encontro com jornalistas, no Quartel dos Bombeiros de Borba, distrito de Évora, onde fez o balanço da actividade operacional.
Desta forma, acrescentou o responsável, “com a drenagem dos dois planos de água das pedreiras”, a Protecção Civil acredita que terá “condições para operar e, essencialmente, fazer o reconhecimento com maior qualidade de todo o espaço”.
O Ministério Público instaurou, entretanto, “um inquérito para apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência”, referiu a Procuradoria-Geral da República, em resposta enviada à agência Lusa.