Entre 21 e 25 deste mês, a capital do país é palco da 5ª Edição do Festival Internacional de Cinema da Praia – Plateau. Dos 121 filmes inscritos, foram seleccionados 27, sendo quatro nacionais e 23 estrangeiros. Do total, 12 são curtas-documentários, nove são filmes na vertente curtas-ficção, quatro longas-documentários e dois na vertente longas-ficção.
Além de Cabo Verde, as produções vêm sobretudo de países do Brasil, Portugal, Senegal, Moçambique e até do Burkina Faso.
A abertura do certame cabe ao filme “Djon África”, de Filipa Guerra e João Guerra, que retrata a história de Miguel “Tibars” Moreira, mais conhecido por Djon Africa, filho de cabo-verdianos, que nasceu e cresceu em Portugal. Conforme a sinopse do filme, sem nunca ter conhecido o pai, Djon descobre que ele mora no Tarrafal e decide então aventurar-se, “além-mar”, à sua procura, “mesmo sem muitas pistas”.
Mas há muito mais para ver além de “Djon África”. “Sukuro”, de Samira Vera Cruz, Cabo Verde; “O dia em que morreu Mabata”, de Sol de Carvalho, Moçambique; “Na linha da frente: os fiscais do parque nacional da Gorongosa”, de James Byrne e Carla Rebai, também de Moçambique, e “Burkinabé Rising: the art of resistence in Burkina Faso”, de Iara Lee, do Burkina-Faso, entre outros.
O programa é vasto. E, segundo a organização, além dos filmes em competição, incluiu a projeção de filmes em zonas distantes da cidade da Praia, “master classes” com produtores e realizadores, mostras temáticas especiais e debates. Inclusive, o “Plateauzinho”, como se intitula a parte do programa infantil, engloba um mini-concurso de audiovisual entre escolas, no qual o resultado será exibido no último dia do festival.
Homenagem a António Loja Neves
A edição deste ano presta homenagem a um dos mentores e impulsionadores deste festival, o jornalista e cineasta de paixão, António Loja Neves, português que viveu em São Vicente antes da independência e que faleceu em Maio deste ano.
O festival conta ainda com um programa paralelo de interação com convidados e cineastas internacionais, com a realização de 7 masterlasses em parceria com algumas universidades sediadas na Praia. Os temas, estes, centram-se na abordagem ao cinema negro, distribuição no cinema e audiovisual, plataformas e circuitos de festivais internacionais e o audiovisual como ferramenta museológica.
Nesta edição haverá ainda três sessões especiais. “CurtaSantos”, em parceria com o Festival de Curtas da Cidade de Santos (São Paulo, Brasil); Sessão especial “Kugoma”, em parceria com o Festival de Curtas DOC de Maputo (Moçambique), Sessão especial “Memória Cinema PanAfricano no Feminino” com a presença da curadora e colecionadora June Givanni (Londres).
Além da competição, o habitual Plateauzona terá exibições, em alguns bairros da cidade, com filmes produzidos e realizados por jovens da cidade da Praia, resultado de uma formação levada a cabo em parceria com a Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde.
A destacar ainda o Fórum Plateau que acontece no dia 22, pelas 10h, na Sala do Munícipe, Paços do Concelho da Praia com dois temas em debate. Primeiro. “Da linguagem estética às narrativas visuais do cinema” e o segundo, “Das opções e estratégias políticas ao mercado do cinema e audiovisual”.
De destacar também que no dia 23 será apresentado o projecto “Africadoc”, um programa que ajudou na formação de profissionais em mais de 25 países da África ao longo de 15 anos. A apresentação vai contar com a presença de Dominique Ollier, coordenador do programa.
O festival Plateau é uma iniciativa da Câmara Municipal da Praia, em parceria com o Ministério da Cultura e das IndústriasCriativas, a Associação Cabo-Verdiana de Cinema e Audiovisual e a Txan Films.
GC
