A Rússia considera ilegal o novo pacote de sanções norte-americanas contra a suposta utilização de armas químicas, após o ataque em Março com um agente nervoso contra um ex-espião russo, em Inglaterra, que o Ocidente atribui a Moscovo.
“Consideramos ilegais as restrições introduzidas pelos Estados Unidos da América (EUA) e a nossa posição mantém-se a mesma sobre as medidas similares que podem seguir-se”, disse o porta-voz da Presidência, Dmitri Peskov.
O Governo dos EUA enviou, na segunda-feira, 5, uma informação ao Congresso sobre um incumprimento por parte da Rússia da data marcada para proibir o uso de armas químicas, o que permitirá a imposição de novas sanções de Washington a Moscovo após o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha Yulia com o agente tóxico “Novichok”, de fabrico russo.
O Departamento de Estado determinou que a Rússia não cumpriu as condições estabelecidas na Lei de Eliminação de Guerra e Controlo de Armas Químicas e Biológicas de 1991.
Em 27 de Agosto, os EUA aplicaram um primeiro pacote de sanções a Moscovo pelo caso Skripal, e que foi atribuído a agentes dos serviços de informações militares da Rússia.
Em concreto, suspendeu os programas de cooperação técnica com a Rússia e a concessão de licenças para a exportação de mercadorias e tecnologia para uso civil e militar a empresas russas com participação estatal.
Na ocasião, a Casa Branca forneceu a Moscovo um prazo de três meses para permitir uma inspecção da ONU em território russo e garantir que não voltará a utilizar armamento químico.
No caso de incumprimento destas exigências, os EUA ameaçaram adoptar novas sanções mais severas, incluindo a degradação das relações diplomáticas, proibição da importação de petróleo russo e das exportações de “todos os restantes bens e tecnologias”, para além de produtos agrícolas.
O Departamento de Estado está, de momento, a promover consultas com o Congresso sobre as próximas medidas a anunciar.