O líder do Grupo de Contacto para as Negociações de Paz em Moçambique espera que o diálogo prevaleça, depois de a oposição ter ameaçado abandonar as conversações, devido a supostas fraudes eleitorais.
“Encorajamos a que as linhas de comunicação se mantenham abertas”, referiu o embaixador da Suíça em Moçambique, Mirko Manzoni, em comunicado, acrescentando que “o recurso à violência nunca é a resposta” e que tal “é inaceitável”.
A Polícia foi obrigada a intervir nalguns municípios onde a discordância com os resultados das Eleições Autárquicas de 10 de Outubro gerou confrontos.
No sábado, 13, o líder interino da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, ameaçou abandonar a mesa das negociações, se os casos de fraude não forem resolvidos, nomeadamente na Matola, segundo maior município do país, Monapo, Alto Molócué e Moatize.
O presidente do Grupo de Contacto, de seis países mais a União Europeia, considera que há instituições e recursos para apurar o que se passou, apelando a que as “instituições respondam a todas as preocupações de forma justa e transparente”.
Os Estados Unidos da América (EUA), que também fazem parte do Grupo de Contacto, expressaram, segunda-feira, 15, preocupação “em relação às irregularidades reportadas em algumas autarquias” nas Eleições de quarta-feira, lê-se num comunicado da Embaixada norte-americana em Maputo.
“É do nosso conhecimento que há mecanismos legais estabelecidos para atender e investigar reclamações eleitorais. Uma resolução transparente, expedita e pacífica destas questões através de canais legais existentes irão ajudar a fortalecer a confiança no processo eleitoral”, concluiu.
Fazem parte do Grupo de Contacto a Suíça, EUA, Botsuana, China, União Europeia, Noruega e Reino Unido.