O Governo já disponibilizou um financiamento de seis mil contos para a aquisição de um cromatógrafo para Santo Antão, no âmbito do reforço, a partir de Janeiro, das medidas de controlo da qualidade do grogue, nesta ilha.
A informação foi avançada, hoje, pelo presidente da Associação dos Municípios de Santo Antão (AMSA), Orlando Delgado, durante um encontro com os operadores económicos de Santo Antão, que se realizou no porto Novo, numa iniciativa do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
“O Governo cumpriu e já fez a transferência de seis mil contos para aquisição do cromatógrafo”, sublinhou Orlando Delgado, assegurando ainda que está em curso o processo de certificação do laboratório do centro agrícola de Afonso Martinho, em Ribeira Grande, equipamento que vai permitir um maior controlo da qualidade do produto.
Na próxima semana, chegará a Santo Antão uma equipa da Agência de Regulação e Supervisão de Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA) para a certificação do laboratório, avançou o presidente da AMSA, explicando que este instrumento vai permitir saber se a aguardente foi fabricada ou não a partir de cana de açúcar.
“Daí que, com esse equipamento, doa a quem doer, estaremos, no próximo ano, em melhores condições para defender este produto que é a nossa bandeira e o nosso cartão postal”, notou o autarca, para quem os produtores de Santo Antão exigem que fiscalização e o acompanhamento da legislação sobre a aguardente seja feita a nível nacional.
Orlando Delato admite que “o mau grogue não se produz apenas em Santo Antão”, ilha que detém 80 por cento (%) do potencial de cana sacarina em Cabo Verde, mas com apenas 20% da produção nacional.
A propósito, o Presidente da República, que efectuou, esta quarta-feira, uma visita de um dia a Porto Novo, regozijou-se com as medidas anunciadas pela AMSA sobre controle da qualidade do grogue e confirmou, “para breve”, a entrada no Parlamento de um novo pacote de legislação sobre o problema do álcool em Cabo Verde, que abarca aspectos sobre a qualidade, comercialização, publicidade, entre outros aspectos.
“Espero que isso contribua para o combate ao uso excessivo, mas também para o controle da qualidade”, rematou.
Santo Antão, com uma área de 1.034 hectares da área agrícola coberta por casa sacarina, tem capacidade para produzir dois milhões de litros de grogue genuíno/ano.
Inforpress