O ministro do Comércio do Japão considera que a política de tarifas aduaneiras do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) reflecte uma incompreensão grave da importância do comércio livre e da contribuição das empresas japonesas para a economia norte-americana.
Hiroshige Seko, ministro da Economia, Comércio e Indústria, advertiu, numa entrevista à agência “Associated Press”, que o Japão pode tomar medidas se os EUA cumprirem a ameaça de impor uma tarifa de 25 por cento (%) às importações de automóveis do Japão.
O ministro não quis dar pormenores sobre uma tal resposta, mas não excluiu a adopção de tarifas retaliatórias.
Os Estados Unidos impuseram tarifas aduaneiras de 25% a centenas de importações da China. Numa primeira fase, em Julho, as taxas penalizaram a aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação, robótica e máquinas, e numa segunda, em agosto, atingindo componentes elétricos, motores de ar condicionado, entre outros.
O ministro japonês disse compreender “os sentimentos” de preocupação de Trump relativamente ao crescente défice comercial dos EUA, mas acrescentou que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tem pacientemente tentado convencer Trump de que os produtos japoneses não representam um risco de segurança para os Estados Unidos.
O défice comercial anual norte-americano com o Japão foi, em 2017, superior a 68 mil milhões de dólares (58,7 mil milhões de euros) e o défice comercial com a China de quase 376 mil milhões de dólares (quase 325 mil milhões de euros).
O Presidente norte-americano não deve responsabilizar o Japão – disse Seko -, porque o défice norte-americano com o país reflecte anos de esforços de Tóquio para criar milhares de empregos nos EUA, muitos na lucrativa indústria automóvel, e se tornar um importante investidor nos Estados Unidos.