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Desporto

Erupção força FCV a remarcar início do projecto atletas do futuro 

A Federação Cabo-Verdiana de Voleibol (FCV) adiou para a próxima semana a formação dos monitores que, de agora em diante, vão para preparar atletas com competências tácticas e teóricas, com o propósito de revolucionar a modalidade em Cabo Verde.
Agendada para decorrer a partir de 25 de Novembro e impulsionada pelo projecto “África Dream”, que visa financiar ideias para formatar voleibolistas de amanhã, a formação foi remarcada por causa do cancelamento dos voos na sequência da erupção vulcânica na ilha do Fogo.
O presidente da FCV, António Rodrigues, que não fazia sentido avançar com a formação na Ribeira Grande, Santo Antão, sem a presença das pessoas que vinham de Santiago, do Fogo e de outras ilhas. “Eles ficaram retidos nas respectivas ilhas por causa do cancelamento dos voos para São Vicente e agora estamos ver se a maioria vem na próxima semana para que comecemos, talvez na quinta-feira”.
Este será o primeiro passo no sentido de dar corpo à ideia de criar quatro centros de alto rendimento para formar atletas do futuro e alavancar o voleibol em Cabo Verde. Os monitores que saírem da Ribeira Grande com diploma assumirão a responsabilidade de trabalhar atletas desde dos 8-10 anos, não mais na base do empirismo ou do improviso.
Em quatro dias, os formandos vão receber lições de como organizar técnica e didacticamente os treinos, além de como programar uma época para crianças em fase de envolvimento no voleibol. O seleccionador nacional da modalidade, Orazio Minneci, fará o papel de docente nessa primeira de uma formação que terá mais duas áreas de enfoque. Uma virada para a psicologia de grupo; liderança; comunicação na actividade com crianças e outra que trabalha as problemáticas fisiológicas do crescimento na faixa etária de 8 a 12 anos.
António Rodrigues explica que os quatro centros de alto rendimento ficarão na Ribeira Grande (Santo Antão), São Vicente, Sal e Praia, mas haverá mais quatro estruturas de formação em outros concelhos do país, que ele prefere designar de derivações. “Ou seja, dependendo da aprovação dos monitores nesta formação, que decorrerá na Ribeira Grande, podemos pensar nessas derivações para Paul, Assomada, Fogo ou outro concelho; sendo certo que não terão a mesma dimensão dos centros”.
Concluída a formação dos monitores e com o início da montagem dos centros, a FCV pensa convencer, em definitivo, a Federação Internacional que estão prontos a receber os financiamentos do projecto “África Dream”. Isso porque a lógica do “África Dream”, cujos valores destinados a Cabo Verde podem rondar os três mil contos anuais, vai no sentido das federações começarem a trabalhar primeiro para depois receberem financiamentos que fomentem os programas de formação.

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