As candidaturas para a 1ª edição do prémio literário Arnaldo França, instituído pela Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV) em parceria com a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), de Portugal, decorrem até 31 deste mês. O prémio passa a distinguir, anualmente, escritores cabo-verdianos com cerca de 550 contos e a publicação, em Cabo Verde e Portugal, da obra premiada. A decisão é conhecida até 15 de Outubro.
Este prémio literário, anunciado durante o Morabeza – Festa do Livro, tem como objectivo homenagear o escritor Arnaldo França, falecido em 2015, promover a produção literária no arquipélago e colocar a Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV) mais próxima da sociedade. Em 2018, na sua 1ª edição, podem concorrer todos os cidadãos cabo-verdianos (a residir em Cabo Verde ou no estrangeiro) ou residentes em Cabo Verde há mais de 5 anos.
Com a instituição deste prémio pretende-se selecionar trabalhos inéditos “de grande qualidade”, no domínio da prosa, redigidos em língua portuguesa. “É um prémio que vai fazer com que as pessoas possam ter, de facto, uma outra imagem da INCV. O nosso propósito é incentivar os escritores ou futuros escritores a divulgarem as suas obras”, afirma o administrador da INCV, Miguel Semedo.
A recepção de candidaturas foi aberta a 22 de Maio e até 31 de Agosto os concorrentes devem submeter ao concurso textos originais que não tenham sido apresentados em nenhum outro concurso com decisão pendente. A decisão do júri, composto por Vera Duarte (presidente), Daniel Medina e Paula Mendes, será divulgada até 15 de Outubro nos sítios institucionais da INCM e da INCV.
O autor premiado terá direito a uma quantia pecuniária de 550 contos e verá ainda a sua obra ser publicada por essas duas instituições. Além disso, conforme o administrador da INCV, há ainda a possibilidade de dar duas menções honrosas, de acordo com a apreciação do júri quanto à qualidade dos textos apresentados.
O Prémio Arnaldo França junta a INCM e a INCV na promoção da língua portuguesa e do talento literário de Cabo Verde e difere de outras distinções literárias noutros países, casos do “Vasco Graça Moura” (Portugal), do “Eugénio Lisboa” (Moçambique), e do “Ruy Cinatti” (Timor Leste), que têm apenas a chancela da Casa da Moeda de Portugal.
Sobre Arnaldo França
Arnaldo Carlos de Vasconcelos França nasceu na cidade da Praia em 1925 e morreu em 2015. Reconhecido como poeta, ensaísta, académico, crítico, estudioso e historiador da literatura cabo-verdiana, é um dos nomes maiores da cultura cabo-verdiana.
Licenciado em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Técnica de Lisboa, cedo se integrou no movimento literário Certeza, surgido em Cabo Verde em 1944. Esteve na génese do ensino superior em Cabo Verde e contribuiu, de forma exemplar, para resgatar do esquecimento e valorizar escritores como Guilherme Dantas ou Evaristo de Almeida, entre outros.
Dos vários ensaios literários que escreveu evidenciam-se os dedicados às obras de António Aurélio Gonçalves, Guilherme Dantas e Jorge Barbosa. É autor, entre outras obras, de “Notas sobre Poesia e Ficção Cabo-Verdianas” (1962) e colaborou com a INCM na publicação da “Obra Poética”, de Jorge Barbosa.