Três polícias foram detidos por terem mostrado imagens de video-vigilância a Alexandre Benalla, o chefe de segurança do Presidente francês (PR), filmado a agredir um manifestante durante o desfile do 1º de Maio, informou a procuradoria de Paris.
Os três homens foram presos por “apropriação indevida de imagens de um sistema de video-vigilância” e por “quebra de sigilo profissional”.
No âmbito deste caso, o ministro do Interior francês Gérard Collomb, será interrogado na manhã desta segunda-feira, 23, pela Comissão da Assembleia Nacional (Parlamento), dotada de poderes de investigação, anunciou, sábado, 21, o presidente desta Comissão, Yael Braun-Piveta (do LREM, partido da maioria Presidencial).
O ministro do Interior, Gerard Collomb, “condenou duramente” as acções destes três funcionários, suspensos na sexta-feira de manhã, 20, por precaução.
A Polícia realizou, sábado, buscas na casa de Benalla em Issy-les-Moulineaux, nos subúrbios do Sudoeste de Paris.
Alexandre Benalla está sob custódia policial desde a manhã de sexta-feira.
De acordo com várias fontes relacionadas com o processo, os três oficiais superiores envolvidos, da Direção de Ordem Pública e Trânsito (DOPC) da Polícia de Paris, são o vice-chefe de Gabinete, um comissário e o comandante responsável pelas relações entre a sede da Polícia e o Eliseu.
Segundo a procuradoria, as imagens de video-vigilância foram “mal comunicadas a terceiros, na noite de 18 de Julho”, precisamente na noite em que este caso foi revelado pelo jornal “Le Monde”.
Este processo “envenenou”, por vários dias, o Executivo francês, acusado pela oposição de ter sido informado muito rapidamente das acções do Sr. Benalla e de ter tentado abafar o caso.
Benalla, cuja demissão foi anunciada na manhã de sexta-feira, foi convidado como observador da Polícia para supervisionar os desfiles do Dia do Trabalhador.
Um quinto homem, Vincent Crase, empregado do Partido de Macron e reservista da Polícia, também está sob custódia policial desde sexta-feira.
Crase estava com Alexandre Benalla a 1 de maio e é suspeito dos mesmos factos que o colaborador Presidencial.
O chefe de Gabinete do Presidente Emmanuel Macron, Patrick Strzoda, que estava na comitiva, foi ouvido na quinta-feira, como testemunha.
Além da investigação preliminar da Justiça, aberta por iniciativa da Procuradoria de Paris, um inquérito administrativo foi lançado pela autoridade que investiga a Polícia e um outro inquérito pela Assembleia Nacional.