O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o líder da oposição armada, Riek Machar, reuniram-se, em Juba, no âmbito dos esforços para terminar a guerra civil de cinco anos.
Do encontro desta segunda-feira, 25, resultaram “alguns pontos que permitem à população do Sudão do Sul desfrutar de paz”, afirmou Yoweri Museveni, Presidente do Uganda, citado pela agência noticiosa estatal SUNA, sem especificar detalhes.
A reunião, que tinha sido anteriormente desmarcada por Kiir, na sexta-feira, e que foi mediada pelo Presidente sudanês, Omar al-Bashir, seguiu-se ao primeiro encontro realizado na Etiópia, no dia 20 de Junho.
A primeira reunião de Kiir e Machar, que se encontraram pela primeira vez em quase dois anos, revelou-se infrutífera com o Governo do Sudão do Sul a rejeitar a ideia de Machar voltar ao país no cargo de vice-Presidente.
O líder do bloco regional da África Oriental, a Autoridade Inter-Governamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla inglesa), anunciou, mais tarde, que Machar já não está sob prisão domiciliária, na África do Sul, mas só poderá entrar em qualquer um dos países pertencentes ao bloco regional se o fizer para participar em negociações de paz.
Dezenas de milhares de pessoas morreram na guerra civil do Sudão do Sul, que originou a maior crise de refugiados no continente desde o genocídio no Ruanda, em 1994, e deixou milhões à beira da fome.
Machar fugiu do Sudão do Sul depois de novos combates terem eclodido na capital, Juba, em Julho de 2016, encerrando uma breve tentativa de paz em que o líder oposicionista retornou ao cargo de vice-Presidente de Kiir.
A próxima ronda de negociações, a realizar-se nas próximas semanas, será mediada pelo Quénia.
No início deste mês, o Conselho de Segurança da ONU adoptou uma Resolução proposta pelos Estados Unidos da América (EUA), o principal dador humanitário do Sudão do Sul, que ameaça impor um embargo de armas ao Sudão do Sul e sanções a seis pessoas, entre as quais o responsável da Defesa do país, se os combates não cessarem e não for alcançado um acordo político.
O embaixador norte-americano no Sudão do Sul, Thomas Hushek, disse à agência Associated Press que os EUA não acreditam nas recentes negociações de paz, principalmente se forem semelhantes ao acordo falhado de 2015, que devolveu o cargo de vice-Presidente a Machar.
Em relação ao encontro realizado na última semana entre Kiir e Machar, Hushek indicou tratar-se de um retrocesso em termos de inclusividade.
Hushek expressou preocupações sobre a “falta de resultados” e falta de acção em relação à ameaça, do bloco regional, de impor “medidas punitivas” contra os violadores do cessar-fogo falhado de Dezembro no Sudão do Sul.