O Papa Francisco aceitou a renúncia apresentada por três bispos do Chile, na sequência do escândalo de acusações de falta de transparência da Igreja na gestão de casos de abuso sexual a menores.
Estas renúncias faziam parte de um bloco de 34 pedidos para sair da Igreja, apresentados por bispos chilenos ao Vaticano, em Maio, depois de reconhecerem que tinham cometido “erros e omissões graves” na investigação.
Em comunicado, o Vaticano disse que o Papa Francisco aceitou a renúncia do bispo Juan Barros, de Osorno, do bispo Gonzalo Duarte, de Valparaíso, e do bispo Cristian Caro de Puerto Montt. Dos três, apenas Juan Barros, de 61 anos, está abaixo da idade de reforma, que é de 75 anos.
Juan Barros, nomeado bispo de Osorno em Março de 2015, tem estado no centro do crescente escândalo do Chile e foi acusado de encobrir casos de abuso sexual a menores cometidos pelo antigo pastor da Igreja El Bosque, em Santiago, Fernando Karadima.
Karadima foi condenado, em 2011, pela Justiça Canónica a uma vida de reclusão e penitência por violações e abusos sexuais a menores.
Numa viagem realizada pelo Papa ao Chile, em Janeiro deste ano, Francisco defendeu Juan Barros, mas no seu regresso ao Vaticano – depois de ter conhecimento dos resultados de uma investigação em curso -, admitiu que tinha sido mal informado e pediu perdão a todas as vítimas, tendo recebido algumas no Vaticano.
As três dioceses cujos bispos renunciaram foram entregues a administradores apostólicos, como prevê a Lei Canónica.