A violência armada em torno dos protestos dos palestinianos na Faixa de Gaza e os recentes confrontos entre o Hamas e o exército de Israel causaram 13 mil feridos, dos quais mil 350 necessitarão de três a cinco intervenções cirúrgicas.
Segundo a Lusa, esses dados foram divulgados pelo chefe dos Serviços Médicos do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nos territórios palestinianos, Gabriel Salazar.
O responsável do CICV acrescentou, ainda, que terão de fazer um total de quatro mil cirurgias nos próximos meses, das quais metade vai ser realizada pelas equipas desta organização.
A organização considera que, se a violência aumentar e resultar num novo fluxo massivo de feridos, “não será possível enfrentá-lo”.
“Gaza é um navio que está a afundar, que se está a tornar num lugar onde é quase impossível viver”, disse Mardini numa conferência de imprensa na sede do CICV, em Genebra.
Por teleconferência de Jerusalém, Salazar disse que ao contrário do que aconteceu na guerra de 2014, os palestinianos foram feridos especialmente na parte inferior do corpo, exigindo tratamentos complicados, demorados e dispendiosos.
Para atender as enormes necessidades médicas em Gaza, o CICV está a deslocar duas novas equipas cirúrgicas e uma grande quantidade de suprimentos para os centros de Saúde locais, acções que serão mantidas nos próximos seis meses.
Esta operação – adicional às numerosas atividades realizadas regularmente em Gaza — custará à CICV 5,3 milhões de dólares (4,5 milhões de euros) até ao final de 2018, apelando à generosidade dos doadores.
Além disso, esta emergência surge num ano em que as contribuições para a acção humanitária nos territórios palestinianos foram menores do que o habitual e esperado.
O orçamento do CICV de 2018, para Israel e Palestina, é de 49 milhões de dólares (41,9 milhões de euros) – apenas 18,5 milhões de dólares (15,8 milhões de euros) foram recebidos até agora -, ao qual devem ser adiccionados 5,3 milhões de dólares (4,5 milhões de euros) extras necessários para enfrentar o último episódio de violência.
O plano revisto da instituição considera a abertura de um Serviço de Cirurgia de 50 camas numa ampliação no principal hospital de Gaza.