O escritor Germano Almeida disse na terça-feira (29), no Mindelo, esperar que a vantagem do Prémio Camões, que lhe foi atribuído na semana passada, seja sobretudo uma maior divulgação do livro, e que este chegue a mais pessoas.
Na apresentação do seu mais recente livro “O Fiel Defundo”, o 18º do escritor e o primeiro pós-Prémio Camões, na noite de hoje, no Mindelo, Germano Almeida considerou que o prémio traz a possibilidade de fazer chegar o livro a “muito mais gente”, fugindo da divulgação das editoras, “que não têm meios”, e fazem-na quase sempre através da comunicação social.
Em declarações à imprensa, minutos antes da apresentação da obra, o escritor anunciou, aliás, que a sua editora em Portugal, a Caminho, já o comunicou que está a trabalhar em novas edições de outros livros da sua autoria.
“Ou seja, está a ser interessante a vantagem de ganhar o Prémio Camões”, lançou o escritor, que não faz ideia do número de entrevistas que deu desde que ganhou o Prémio Camões.
“Mas foram muitas entrevistas, telefonemas, emails e tenho que responder, porque é indelicado receber uma mensagem e não responder, têm sido muitos”, precisou.
Sobre o livro “O Fiel Defunto”, avisando, embora, que não sabe falar das suas obras, lá foi dizendo que se trata da história de vida de um escritor que é matado no dia em que vai lançar o livro, que depois se desenrola nas movimentações sociais com as autoridades.
“Mas é uma paródia, sobretudo”, ajuntou, mas não se trata da história do autor – “ salvo seja, porque estou vivo” – mas de um escritor célebre com muitas medalhas.
“Aliás, se pregasse todas as medalhas que recebeu ficava como aqueles militares da Coreia do Norte que colocam medalhas até nas calças”, ironizou.
Num outro momento, no final da apresentação e antes dos autógrafos, muito concorridos, Germano Almeida ainda encontrou tempo para agradecer os apresentadores, Ana Cordeiro, da Ilhéu Editora – “brilhante, mas sempre que ouço a Ana fico tranquilo porque digo que ela não está a falar de mim, está a falar de uma outra pessoas que nem sequer sei se conheço”.
“O Brito, também irónico, é o segundo livro que ele me apresenta e a verdade é que o convidei para apresentar este livro ainda a obra ia a meio, portanto antes do Prémio Camões”, aludiu em relação a Manuel Brito Semedo, também apresentador do livro.
“Particularmente”, Germano Almeida agradeceu ainda a presença do ministro da Cultura, uma “grande honra”, pois veio “dumitadamente da Praia, como dizia o Bana”, brincou, para assistir ao lançamento do livro.
No jeito peculiar, a concluir, Germano Almeida lembrou que ninguém escreve para ganhar prémios, mas que é “muito bom ganhar os prémios”, sobretudo os que têm uma “composição pecuniária muito interessante” como é o caso do Prémio Camões.
“O que é que vou fazer com o dinheiro, gastar, pois não se pode fazer mais nada com o dinheiro senão gastar”, lançou.
“Até um próximo livro”, concluiu.
Fonte: Inforpress
“Espero que a vantagem do Prémio Camões seja maior divulgação do livro e que ele chegue a mais pessoas” – Germano Almeida
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