O acordo nuclear iraniano e as eleições na Venezuela são os temas em destaque na agenda da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), que se realiza na segunda-feira, 28, em Bruxelas.
O encontro dos chefes de Diplomacia do bloco comunitário, que será presidido pela Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Federica Mogherini, é o primeiro desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, em 8 de Maio, que os Estados Unidos da América (EUA) abandonavam o Acordo Nuclear com o Irão.
A chefe da diplomacia europeia tem reiterado o compromisso europeu em preservar o Acordo Nuclear iraniano, considerando-o “essencial para a segurança da região, da Europa e do mundo inteiro.
O acordo foi concluído, em Julho de 2015, entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolve armas nucleares.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE vão analisar, ainda, as eleições na Venezuela, estando prevista a adopção de conclusões pelo Conselho.
Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais antecipadas de domingo passado, 20, na Venezuela, com 68 por cento (%) dos votos, muito à frente dos seus concorrentes, mas com 54% de abstenção.
A oposição boicotou a votação e denunciou a existência de fraude no escrutínio.
Os EUA, o Canadá, a União Europeia e uma dúzia de países da América Latina haviam indicado antes mesmo da votação que não reconheceriam o resultado.
Na terça-feira, 22, a UE admitiu a aplicação de sanções à Venezuela pelas numerosas irregularidades assinaladas nas eleições de domingo, que reconduziram Maduro até 2023.
Também a Comissão Europeia lamentou, na terça-feira, que as Eleições Presidenciais na Venezuela tenham tido lugar sem que fosse acautelada a transparência e liberdade do ato eleitoral, e garantiu que continuará a seguir de perto os desenvolvimentos no país.
Os chefes de diplomacia comunitários vão ainda debater os últimos desenvolvimentos na Faixa de Gaza, nomeadamente, a situação de Jerusalém.
A14 de Maio, pelo menos 60 palestinianos foram mortos e dois mil 711 ficaram feridos em protestos na Faixa de Gaza perante o exército israelita, no que foi o dia mais sangrento desde a guerra do Verão de 2014 em Gaza.
Os protestos inseriram-se no movimento de contestação designado “Marcha de Retorno”, iniciado a 30 de Março, e ocorreram no mesmo dia em que foi inaugurada a embaixada dos EUA em Jerusalém.
Desde o início da “Marcha de Retorno”, cerca de cem palestinianos foram mortos.