O Banco Angolano de Investimentos (BAI) vai financiar com 15 mil milhões de kwanzas (54,8 milhões de euros) a aquisição de alimentos para os polícias e militares angolanos, segundo uma autorização Presidencial a que a Lusa teve acesso.
O acordo de financiamento com aquele banco privado angolano, segundo o despacho assinado pelo Chefe de Estado, João Lourenço, de 14 de Maio, envolve os ministérios das Finanças e do Interior, bem como a Casa de Segurança do Presidente da República.
É justificado, no mesmo documento, com a “necessidade de assegurar o atendimento das necessidades logísticas alimentares para a cobertura de aquisição de alimentos e medicamentos” do Ministério do Interior – que tutela as forças de segurança – e da Casa de Segurança.
O Governo prevê um défice nas contas públicas, em 2018, de quase três mil milhões de euros, equivalente a 3,5 por cento (%) do Produto Interno Bruto (PIB), além de um crescimento económico, face a 2017, de 4,9%.
O país vive, desde finais de 2014, uma profunda crise financeira e económica, devido à quebra, para metade, nas receitas com a exportação de petróleo.
O BAI, um dos maiores em Angola e com operações também em Portugal e Cabo Verde, anunciou, no final de Abril, ter fechado 2017 com um resultado líquido de 55 mil milhões de kwanzas (208 milhões de euros).
Em nota enviada à Lusa, em Luanda, o BAI refere que foi aprovado, em Abril, em Assembleia-geral de acionistas, o relatório e contas referente ao exercício de 2017 e a proposta de aplicação de resultados, representando o resultado líquido – o lucro líquido depois de considerados os custos operacionais, de financiamento extraordinários e impostos – um aumento de 11% face a 2016.
A instituição contava, no final do ano, com 814 mil 848 clientes activos, um aumento de 20% face a 2016, contando o banco 146 pontos de atendimento e mil 991 funcionários.
O BAI está presente em Portugal e Cabo Verde, através de filiais integralmente detidas pela instituição angolana, e tem uma participação minoritária no Banco Internacional de São Tomé e Príncipe.
Segundo as últimas informações disponibilizadas pelo próprio banco, a estrutura do BAI é composta por 53 accionistas, dos quais 21 são empresas, tendo sido lançado há praticamente duas décadas pela petrolífera Sonangol.