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Sociedade

Colmeia passa a ter gabinete para melhor atender as famílias

A Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia) passa a contar com um gabinete no Centro de Cuidados e Reabilitação, situado na Cidadela, Praia. Isabel Moniz, presidente da Colmeia, destaca que, com esse espaço, pretende-se um melhor atendimento às famílias com pessoas portadoras de deficiência, sobretudo crianças.
“Com este gabinete, vamos saber, oportunamente, que reencaminhamento teremos que dar vamos dar à essas pessoas”, garante a responsável, explicando que esse atendimento não se restringe apenas ao espaço de reabilitação.
O espaço, anunciado por ocasião do quarto aniversário da Colmeia, assinalado a 14 de Abril, vai permitir montar uma melhor logística para atender as famílias com pessoas portadoras de deficiência, sobretudo as crianças. Essas famílias, garantiu Isabel Moniz, vão continuar a contar com apoio de um neuropsicólogo, psicólogos e técnicos de educação especial.
O Centro de Cuidados e Reabilitação, situado no bairro de Cidadela, na cidade da Praia, foi inaugurado pelo Governo em Dezembro passado e vai garantir às pessoas com deficiência o acesso aos serviços básicos, sobretudo às crianças de 0 aos 6 anos. Esse centro também foi concebido para ajudar as associações na “união de esforços” como forma de alcançarem melhores resultados, visto que muitas dessas organizações têm agido de forma autónoma. O espaço, composto por nove compartimentos, tem a capacidade para receber pouco mais de 30 crianças.
A Colmeia assinalou, a 14 de Abril, quatro anos de existência com a firme determinação de encontrar as soluções para os problemas que enfrentam as famílias com pessoas portadoras de deficiência. Para assinalar essa efeméride, a associação promoveu, na cidade da Praia, um encontro que contou com as com as presenças da primeira-dama e madrinha da Colmeia, Lígia Fonseca, e de representantes da Direcção Clínica do Hospital “Dr. Agostinho Neto” e da Comissão Nacional dos Direitos Humanos.
Esse encontro serviu para que as famílias presentes pudessem relatar as dificuldades que vêm encontrado para criar e educar os filhos e parentes com deficiências. Para a maioria dos visados, as principais preocupações continuam a ser em relação a inclusão, à criação de melhores condições nas escolas para receber crianças com deficiências, à demora na consulta de especialidades e à falta de recursos para custear as despesas com as consultas necessárias.
Isabel Moniz recorda que um dos principais objectivos da Colmeia é sensibilizar a população a ter um melhor conhecimento, tratamento e seguimento dos portadores de deficiências intelectual e do desenvolvimento (Síndroma de Down) e perturbação de espectro autista (Autismo).
Aquela responsável justifica essas preocupações com o facto de as famílias, não só sofrerem discriminação por terem filhos com deficiência, mas também, porque deparam-se com problemas ligados ao acesso à terapia, ao subsídio de deficiência, sobretudo nos casos relacionados com a deficiência intelectual e, ainda, problemas ligados ao aprendizado e avaliação dessas crianças nas salas de aula.
Uma outra dificuldade diz respeito à comparticipação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) nas sessões de fisioterapia. Isabel Moniz lembra que essa comparticipação é de apenas 50 secções de fisioterapia por ano, o que, segundo diz, “não é suficiente”. Por outro lado, lamentou o facto de, ainda, não haver qualquer comparticipação em outras áreas, como fonoaudiologia e acompanhamento psicopedagógico.
“Nesses quatro anos, conseguimos aproximar as famílias com crianças com necessidades especiais, ou seja, aquelas que tinham as suas crianças escondidas estão agora a procurar a associação. Mas, há questões que não podemos resolver sozinhos e, por isso, há-que ter maior envolvência dos poderes e serviços públicos. Estamos neste processo de aproximar, ainda mais, a sociedade civil desta problemática”, afirma Isabel Moniz.
ACN

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