Matshidiso Moeti*
De 23 a 29 de Abril de 2018, a Região Africana da OMS comemora a Semana Africana da Vacinação para sensibilizar quanto às necessidades e direitos de todas as pessoas, sobretudo das crianças e mulheres, de serem protegidas contra as doenças evitáveis através da vacinação.
A acção de sensibilização visa manter a vacinação no topo das agendas nacionais e regional através da advocacia e de parcerias, e é uma oportunidade para levar a cabo outras medidas de elevado impacto que melhoram a saúde, como a suplementação com vitamina A, a desparasitação, a distribuição de mosquiteiros tratados com insecticida e outras.
O tema deste ano “As vacinas funcionam; faça a sua parte” destaca o facto de que todos temos um papel a desempenhar para assegurar que mais pessoas sejam vacinadas. Isto é fundamental para se alcançar a meta da cobertura vacinal universal até 2020, contribuindo, assim, para a consecução dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável e da Cobertura Universal de Saúde.
A vacinação é amplamente reconhecida como uma das intervenções de saúde de maior êxito e com melhor relação custo-eficácia. Estima-se que previna cerca de 800 000 mortes por ano na Região Africana resultantes de difteria, tétano, tosse convulsa, sarampo, pneumonia e diarreia causada pelo rotavírus. A vacinação infantil é um aspecto fundamental para que as crianças e as comunidades sejam mais saudáveis.
As vacinas proporcionam benefícios que vão além dos resultados de saúde através de poupanças com a redução das despesas médicas e maior produtividade em resultado de menos tempo passado pelos pais e profissionais de saúde a cuidar de crianças doentes. Estas poupanças podem beneficiar famílias, comunidades e nações por via do crescimento económico e da redução da pobreza.
A Semana Africana da Vacinação é uma forma eficaz de alcançar as pessoas com acesso limitado aos serviços regulares de saúde. Levada a cabo anualmente desde 2011, a iniciativa resultou em mais de 150 milhões de pessoas de todas as idades a serem vacinadas, milhões a receberem vitamina A e comprimidos desparasitantes, e cerca de 35 milhões a serem rastreadas e tratadas contra a malnutrição.
A Região Africana fez progressos louváveis na melhoria do acesso às vacinas. Os Chefes de Estado e de Governo africanos comprometeram-se a investir mais nos serviços de vacinação e a assegurar a vacinação para todos, subscrevendo a Declaração de Adis sobre Vacinação em 2017.
No entanto, a não ser que esta vontade política seja traduzida em acção, a Região não atingirá a cobertura vacinal universal até 2020. São necessárias medidas concretas para assegurar que as crianças e outras pessoas vulneráveis estejam protegidas da morte e das doenças que podem ser evitadas através da vacinação.
A OMS, a Comissão da União Africana e os parceiros na área da vacinação lançaram um roteiro para orientar os Estados-Membros no cumprimento das promessas relativas à vacinação contidas na Declaração de Adis. Descreve como os países podem ultrapassar os desafios e aproveitar as oportunidades para conseguir a vacinação universal. As estratégias incluem gerar e manter a vontade política e o financiamento, reforçar as capacidades e ultrapassar as barreiras ao acesso, e acompanhar de perto os progressos.
Os sistemas de saúde robustos constituem a base para o bom funcionamento dos programas de vacinação. Ao assinalarmos a 8.ª Semana Africana da Vacinação, apelo aos governos, parlamentares e decisores políticos, organizações da sociedade civil, comunidades e famílias para eliminarem os obstáculos à vacinação e assegurarem a vacinação para todos.
Os países devem ter um plano abrangente e financiado em linha com as suas estratégias nacionais de saúde, para assegurar que todos na Região Africana sejam abrangidos pela vacinação e por outras medidas que salvam vidas e promovem a saúde.
A OMS está empenhada em trabalhar com parceiros no sentido de apoiar os países e assegurar a cobertura vacinal universal. As vacinas funcionam; todos temos de fazer a nossa parte!
*Directora Regional da OMS para a África