O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, considera que o país “não tem novo paradigma de governação” e o que “impera, actualmente, é o mesmo regime de 1975”.
“O paradigma do Partido/Estado traduz-se na captura das instituições do Estado e da economia pelo Partido dominante, para assegurar o controlo da riqueza nacional e dos recursos públicos por uma só família política, sem competição real”, afirmou o líder do maior partido da oposição em Angola, citado pela Lusa.
Falando, em Luanda, sobre a actualidade socio-política e económica do país, Samakuva referiu, igualmente, que “as promessas de mudanças ainda não se converteram numa esperança fundada para um futuro melhor para os angolanos”, numa alusão à nova governação angolana, liderada por João Lourenço, eleito Presidente da República em Agosto de 2017, pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Para Isaías Samakuva, o paradigma reinante em Angola é “de exclusão”, onde instituições de soberania como a Assembleia Nacional, Tribunais e a Comissão Nacional Eleitoral “são instrumentos” do MPLA.
“Não havendo contra-poderes efetivos” ao poder do MPLA e do Presidente da República, e tendo o Estado sido “capturado” por aquele Partido, “logo, estão criadas as condições objectivas para a institucionalização da corrupção”, sublinha Samakuva.
O combate à corrupção em Angola, um dos grandes propósitos do executivo liderado por João Lourenço, segundo o político da UNITA, só será possível se o Estado deixar de ficar subordinado ao MPLA, Partido no poder desde 1975.