O presidente da Comissão Episcopal de Justiça e Paz (CEJP), que congrega bispos católicos de Moçambique, considerou nefastos para a democracia os atentados à liberdade de expressão naquele País Lusófono da África Oriental.
Os ataques são “muito ruins para a democracia e impedem que as pessoas vivam livremente”, afirmou o presidente da CEJP, Luiz Fernando Lisboa, em conferência de imprensa, em Maputo, para a apresentação de um ciclo de debates sobre dinâmicas sociais.
Aquele responsável repudiou o rapto e agressão, no dia 27 de Março, do jornalista e comentador Ericino de Salema, assinalando que nenhum cidadão deve sofrer represálias por exercer direitos e liberdades fundamentais.
O presidente da CEJP sublinhou que as sociedades devem cultivar a diferença de opinião, diversidade que dá vitalidade à convivência social e à democracia.
Ericino de Salema era comentador do programa “Pontos de Vista”, espaço de comentário político do canal privado STV, muito visto em Moçambique.
Apesar de a Polícia afirmar que ainda está a investigar o crime e que não são conhecidas as motivações, organizações da sociedade civil associam o caso à violência perpetrada contra figuras que emitem posições críticas ao Governo e à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
Em 2015, o constitucionalista moçambicano de origem francesa, Gilles Cistac, foi mortalmente baleado na capital moçambicana e, no ano seguinte, o politólogo José Macuane sobreviveu, após ter sido raptado e baleado numa altura em que também era comentador do “Pontos de Vista”.
Nenhum dos crimes foi esclarecido pelas autoridades.