A Regionalização é a batata quente de todos os governos de Cabo Verde e o actual, apesar de rodar as ilhas, cutelos e fajãs, procura uma forma de se livrar dessa “quentura”. Não faltam aqueles que querem “membros do executivo” a residir nas suas ilhas e a junta autónoma de muitas empresas públicas nas suas “regiões”, em Santo Antão Ribeira Grande e Porto Novo já disputam a sede do Governo regional, no MpD, afinal, há quem se mostre contra a divisão de Santiago em duas regiões, etc. etc. Por via das dúvidas, Ulisses, o homem das grandes soluções, não quer arriscar com um referendo. O risco de o povo não ir na conversa não é pouco. O referendo, portanto, que continue apenas a ser uma remota possibilidade constitucional, desde que não posta, democraticamente, em prática. Não se brinca com a regionalização.
